sexta-feira, 28 de agosto de 2009

SACRIFICIO-ASÉ A FORÇA SAGRADA




 






O conteúdo mais precioso do terreiro era o axé. É a força que assegura a existência dinâmica, que permite o acontecer e o devir. Sem axé a existência estaria paralisada, desprovida de toda a possibilidade de realização. É o principio que torna possível o processo vital.


O SIGNIFICADO DO SANGUE______Quando o homem não precisa mais de comer, beber, para sobre viver então eu deixarei de cortar para o Orixás, por que do meus jeito que precisamos da comida os nossos orixás precisa do axé...


SACRIFÍCIOS______ Sacrifício não é sinônimo de assassinato, relacionado que está a rituais sagrados, visando, no Candomblé, ampliar, acumular e distribuir a força vital e sagrada que é o axé. Boa parte das religiões utilizava sacrifícios em seus rituais, mas na maioria das vezes com um sentido expiatório, não se aplicando essa noção ao candomblé por um motivo aparentemente simples: no Candomblé não existe pecado, portanto não há o que expiar, Entre os cristãos, por exemplo, a extinção do sacrifício (em termos reais) justifica – se pela morte de Jesus Cristo, que teria morrido para salvar a humanidade no mais importante sacrifício que o mundo assistiu. Ocorre que Jesus morreu pelos cristãos, e não pelo Candomblé, e isso significa, na realidade, que os ritos processados em outra doutrina religiosa não fazem nenhum sentido para nós orixás; da mesma forma que os rituais de Candomblé à compreensão da Igreja Católica. Em outras palavras, o Candomblé só se explicar pelo Candomblé, não adiantando recorrer a Bíblia para explicar e muito menos condenar as práticas da religião dos Orixás. O sangue é de importância vital para os orixás, pois está ligado à concepção, à fertilidade, ao nascimento e as todas as etapas da vida. Sem sangue não há axé, ninguém nasce sem sangue. Quando deixar de haver sacrifícios, o Candomblé deixará de existir.

Não se derramam o sangue dos animais por maldade, por crueldade, muito menos para fazer mal a alguém. O sacrifício é a condição para que a vida continue, e não apenas no Candomblé. Todos os alimentam, seja de carne, seja de vegetal, e um boi pode ser comido em bifes, ou seja, em partes e depois de morto; uma alface, ao ser desconectada de sua raiz, também é morta. Por que não se pode atribuir um significado religioso a um ato essencial para a sobrevivência humana? Será mesmo que a condenação do Candomblé se deve aos sacrifícios? Não seria essa uma da sociedade camuflar preconceitos mais profundos?

O ritual macabro não está no Candomblé e sim nos matadouros crueldades e morrem com muito sofrimento. Imaginem um animal ainda vivo tendo a sua pele arrancada: isso é um exemplo do que ocorre nos matadouros. É por isso por isso que a carne que será consumida pelos iniciados deve ser sacrificada por meio de rituais específicos; a carne de um animal que morreu com sofrimento não faz bem a ninguém. Os judeus e mulçumanos, por exemplo, só comem carnes de animais abatidos de acordo com seus preceitos. Por que o Candomblé não pode fazer o mesmo?

É um absurdo acusar o Candomblé de fazer sacrifícios humanos, como têm feito certas igrejas. O candomblé não é uma religião hipócrita e assume o que faz. São sacrificados, sim, bois, bodes, galinhas, patos e muitos outros animais, que depois servem de alimento à comunidade, mas nunca seres humanos, pois o orixá vive no homem e através do homem.

Todo homem sacrifica, não necessariamente num sentido religioso, e mata para sobreviver. Que mal pode haver em oferecer aos deuses as partes que os homens não consomem?

Lembrem – se de que Jesus foi condenado à morte por pessoas que viriam a santifica – lo depois, fazendo o sinal-da-cruz, adorando a sua imagem ensangüentada. Pois que fique bem claro: não somos contra o homem Jesus, mas contra os homens que mataram Jesus, Nós não matamos nossos orixás, nós os amamos com todos os seus defeitos e qualidades.


Para o candomblé, tudo que a natureza produz é sangue, pois o que define o sangue é a força que detém, ou seja, o axé, e um sacrifício requer a utilização de vários tipos de sangue, vindos das mais variadas fontes da natureza, atribuindo vida e sentido ao orixá, aos homens e à própria existência.


SANGUE______O sangue divide – se em três categorias: o vermelho, o preto e o branco, os elementos detentores de axé são encontrados nos reinos animal, vegetal e mineral, configurando a parte, configurando a parte material, visível e palpável da força vital.


SANGUE VERMELHO____O sangue do reino animal é representado pelo fluxo menstrual, pelo sangue dos animais e pelo sangue humano, portanto, todas as pessoas são portadoras do axé. No reino vegetal, o azeite-de-dendê, o osun e o mel extraído das flores são os melhores exemplos. Os metais como o bronze e o cobre são portadores de sangue vermelho proveniente do reino mineral. O sangue vermelho esta mais diretamente ligado às coisas quentes, ao movimento e ao fogo, razão pela qual os orixás que exigem uma quantidade maior desses elementos dominam exatamente esses aspectos da natureza, como Exu, Xangô e Iansã.


sangue branco___a)__ do reino animal: sêmem, saliva, emí (hálito, sopro divino), plasma (em especial do igbin - espécie de caracol -), inan (velas)b)__ reino vegetal: favas (sementes), seiva, sumo, alcool, bebidas brancas extraídas das palmeiras, yiérosùn (pó claro, extraído do iròsún) ori (espécie de manteiga vegetal), vegetal, legumes, grãos, frutos, raízes... c)__ reino mineral: sais, giz, prata, chumbo, otás (pedras), areia, barro, terra...


SANGUE PRETO___ No reino animal, o sangue preto é encontrado principalmente nas cinzas dos animais sacrificados. Sendo a cor ver de variação da cor preta, assim como o azul, o sumo das folhas, o pó azul chamado waji e extraído das árvores, são exemplo de sangue preto do reino vegetal. Já no reino mineral, encontramos o carvão e o ferro. A esse elementos relacionam – se mais diretamente os orixás da Terra como Ogum, Oxosse, Ossaim e muitos outros. Isso não que dizer evidentemente, que deuses ligados a outros elementos não utilizem. Porém, da mesma forma que a cor vermelha é imediatamente associada ao fogo, o preto é associado à terra e o branco à água ao ar.

Cristãos, Católicos______ e Protestantes, são os que mais repudiam o nosso sacrifício animal. Eles deveriam estudar mais o seu Antigo Testamento, em específico o "Levítico", onde os sacrifícios, não só de animais, são relatados.


O Livro "The Lion Handbook to the Bible", Lion Publishing – England Herts – 1973 de autoria de David e Pat Alexander, relata que o Levítico é o código das leis dadas por Deus a seu povo através de Moisés no Sinai. As cerimônias e outros ritos e normas não eram um fim em si mesmas. A oferta do sacrifício dia após dia, ano após ano, a recordação anual do dia da expiação recordavam constantemente a Israel o pecado que o separava da presença de Deus.


Os israelitas infringiam a aliança com ele desobedecendo as suas leis e estavam condenados à morte. Mas Deus, na sua misericórdia, mostrou-lhes que haveria de aceitar um sucedâneo, a saber, a morte de um animal perfeito e inocente, em lugar da vida do pecador. Suas leis mostram que Deus age em harmonia com as leis naturais para o bem do povo, diz o livro.



Levítico 1-7 – Os Sacrifícios 1 - O Holocausto (capítulo 1 e 6,1-6) único sacrifício em que se queima o animal todo, um sinal de consagração. 2 - Oferta de cereais ou de farinhas (capítulo 2 e 6, 7-11) acompanhava muitas vezes o holocausto e o sacrifício de comunhão (item 1 acima). 3 - O sacrifício da comunhão (capítulo 3 e 7, 11-36) 4 - O sacrifício do pecado (4,1-5,13 e 6, 17-23) 5 – O sacrifício da reparação ( 5,14-26 e 7, 1-10) O Fiel trazia sua oferta (um animal sem defeito físico tirado da própria manada ou rebanho ou, no caso do povo pobre, rolas ou pombos) até o pátio diante do tabernáculo. Colocava a mão sobre ele para significar que o animal o representava e depois o imolava (sacrificava).

Se o sacrifício era público o Sacerdote era quem realizava essa operação. O Sacerdote tomava a bacia com o sangue e com ele espargia o altar, queimando a seguir algumas partes específicas do animal que continham determinadas porções de gordura. O que restava era consumido pelos Sacerdotes e suas famílias ou ainda pelo Sacerdote junto com os ofertantes.


Os sacrifícios exprimiam a gratidão do indivíduo pela bondade de Deus, ou eram simplesmente manifestações espontâneas de devoção e homenagem. O sacrifício pelo pecado e o sacrifício da reparação (Levítico 4-5, 26) referem-se às transgressões contra a lei de Deus ou situação em que foi cometida uma falta contra o próximo, porém ambos demonstram a exigência de enfrentar o pecado pelo uso do sangue. O Sacerdote como representante de Deus tinha a função de declarar se o fiel e sua oferta eram aceitos ou rejeitados por Deus. A prática do sacrifício animal remonta ao início das relações entre Deus e os homens (Gênesis 4,4) e no Novo Testamento explica a morte de Jesus (Hebreus 9,11). O Levítico 17,11 diz que o sacrifício é algo dado por Deus ao Homem. A pessoa que leva a oferta apodera-se da vida do sangue animal sacrificado e pode doá-la a Deus, injetando nova vida nas suas relações com Deus.


Este é um pequeno espaço histórico, para a dignificação da Religião dos Orixás, tão agredida pelas Doutrinas Cristãs, principalmente pelas Protestantes. Então, cabe-nos o direito de mostrar quão hipócritas são aqueles que nos agridem e nos repudiam com bases em seus Livros Sagrados, que mostram largamente a pratica de ritos idênticos aos nossos e com a mesma simbologia .


A Religião dos Orixá_____ é extremamente tradicionalista e não muda sua liturgia com fins hipócritas, somente para agradar a visão leiga dos fiéis na tentativa de obter fins lucrativos. O que era feito há 6000 anos é mantido até hoje por nós, mas não com uma conotação diabólica como desejam nos impor usando uma mídia já desgastada. Hoje o Homem é culto, busca informar-se e encontra a verdade relativa ao nosso mundo religioso.


O Orixá_____ nunca esteve envolto ao mundo da Magia Negra, ao baixo astral, ao Satanismo ou muito menos ligado a demônios somente porque realizamos em nossos ritos o sacrifício animal. Nós pregamos os ensinamentos dos Orixás que são puros em sua essência, não ficamos pregando mais os atos dos demônios do que a palavra de Deus tirada de livros sagrados de autoria duvidosa.

Nossa doutrina religiosa foi mantida pela boa vontade do Homem fiel a Deus, mantendo todos os nossos conhecimentos na memória e transmitindo-os pela oralidade. Não temos livros sagrados adaptados a cada momento da história em decorrência das necessidades das instituições religiosas.


***___Não expulsamos demônios em forma de "teatro" para enganar pobres coitados crédulos dizimistas que acreditam nas encenações de atores bem pagos para se contorcerem em público ou darem testemunhos suspeitos, sempre idênticos, sem provas. Não "amarramos" espíritos ruins em nome de Deus.

O que desejamos é somente poder expor que nossa Religião, a Religião dos Orixás, tem como objetivo ( RELIGAR) o Homem a Deus através da manutenção de ritos tradicionalistas; através de uma hierarquia rígida mantida entre os seguidores e Iniciados; através da exigência de uma conduta honrada e moral dentro das verdadeiras Ègbé (Sociedades). Desejamos mostrar com clareza que nossos verdadeiros Sacerdotes são homens sábios, estudiosos e perseverantes na sua religiosidade, tudo isso com base em uma filosofia mitológica milenar. Qualquer outra versão não tem sustentação real, tratando-se de invencionismo de muitos que pretendem impressionar ou lucrar em benefício próprio usando o nome dos ( Orixás Yorùbá ).


Se fazemos sacrifícios é porque somos autorizados por Deus, conforme também era praticado em Israel. Além do mais, a energia pura do Orixa, absorve a essência espiritual do animal a ele imolado e a eleva espiritualmente, evoluindo-o rapidamente, o que deveria levar milhões de anos para evoluir na escala espiritual, sem contar que, a carne do animal é consumida durante as festas, proporcionando a energia da satisfação alimentar, que o Orixá absorve e transforma em realizações das necessidades materiais dos ofertantes. O sacrifício é necessário, tanto para a evolução espiritual do animal, como para a alimentação dos participantes (comer animal vivo, sem sacrificá-lo é realmente impossível!)


o Islã___Não podemos esquecer que nas mesquitas, anualmente, até os nossos dias, é sacrificado um cordeiro para Alláh. Mas ninguém gosta de agredir o Islã. E sabem muito bem o porquê !


Èjè___ (sangue) é vida, todos nós aprendemos isso nos templos verdadeiramente consagrados aos Orixás. Tiradas as partes sagradas dos animais que são ofertadas às Divindades, o restante é consumido pelos ofertantes. Não há desperdício nos Ilé Orixá, em respeito à natureza, conforme nos determinam as Divindades. Os animais ofertados não podem sofrer para serem imolados, conforme nos determina o Orixá Ogun Olóòbe, o Senhor da Faca.


O ritual é cercado do máximo respeito seguido de procedimentos de abstinência, onde a pureza e a limpeza espiritual e orgânica dos presentes é exigida com rigor para que eles possam participar desse tipo de oferenda e só aos Iniciados devidamente preparados por anos cabe exercer o ato de imolar o animal. Isso não cabe a qualquer pessoa despreparada. Há uma liturgia a ser seguida a risca em detalhes, onde o epo pupa (azeite de dendê), iyò (o sal), oyin (o mel), omi (a água), otí (a aguardente), ataare (a pimenta) são rezados e encantados recebendo pela palavra propriedades mágicas, para poderem ser ofertados às Divindades como símbolos de doçura, progresso, prosperidade, fartura, fertilidade, alegrias e paz, afim de que essas bênçãos sejam retribuídas a todos em troca da oferta.


O ritual é cercado do máximo respeito seguido de procedimentos de abstinência, onde a pureza e a limpeza espiritual e orgânica dos presentes é exigida com rigor para que eles possam participar desse tipo de oferenda e só aos Iniciados devidamente preparados por anos cabe exercer o ato de imolar o animal. Isso não cabe a qualquer pessoa despreparada. Há uma liturgia a ser seguida a risca em detalhes, onde o epo pupa (azeite de dendê), iyò (o sal), oyin (o mel), omi (a água), otí (a aguardente), ataare (a pimenta) são rezados e encantados recebendo pela palavra propriedades mágicas, para poderem ser ofertados às Divindades como símbolos de doçura, progresso, prosperidade, fartura, fertilidade, alegrias e paz, afim de que essas bênçãos sejam retribuídas a todos em troca da oferta.










IGÌ ÒPÈ __DEMDEZEIRO


IGÌ ÒPÈ __DEMDEZEIRO é a árvore sagrada de Ifá, e é de seus frutos que se obtém os negros caroços que, depois de ritualisticamente consagrados, irão representar Orunmilá em seus assentamentos, além de servirem para as consultas ao oráculo de Ifá onde o próprio Orunmilá é contatado por seus sacerdotes, os babalaôs. Aos caroços assim consagrados dá-se o nome de “ikin”. Existe outras arvores mais nenhuma é tão importante quanto ele.


O dendezeiro é classificado científicamente como "Elaeis Guineensis", pertencente a familia das "palmáceas", este vegetal possui ainda duas variações que são a "communis" e a "idolatrica".

Segundo Verger, a variedade “communis” é conhecida pelos nagô pelos seguintes nomes:Opè pánkóró; ìpánkóró; Opè arùnfó; Opè érúwa; Opè alárùn; Opè eléran; Opè òrùwá, etc.



A variedade “idolátrica” é conhecida como: Opè, Opè Ifá, Opè olífà, Opè kin; Opè ikin; Opè yáaàyàla; Opè peku pe ye; Opè kannakánná e Opè téméré erékè adó.



Qualquer informação será de grande utilidade para todos nois pois é nossa obrigação conservarmos a palmeira sagrada.

PORQUE LAVAMOS AS PATAS DOBICHO(AKUKO)

PORQUE LAVAMOS AS PATAS DOBICHO(AKUKO)
Em tempos remotos, existiu num local próximo a cidade de Ówó, uma mata sagrada denominada de Elékute, com suas árvore gigantescas, arbustos e folhagens utilizadas para cerimônias e sacrifícios. Os sacerdotes utilizavam-na debaixo de máscaras e vestimentas especiais, exercendo seus costumes.Por ser sagrada, os mais velhos da cidade tomaram medidas especiais para preserva-la de uma destruição.Era costume os fazendeiros queimarem seus campos antes de plantar suas sementes.A preocupação de que isso poderia atingir. Elékute fez o conselho dos mais velhos dar a penalidade de morte a quem queimasse a mata sagrada.Entre os homens do conselho encontrava-se uma pessoa chamada Ákùko, palavra que, futuramente, viria significar galo. Era de uma família bem conhecida e muito respeitada por suas ações e generosidade com todos .Seus campos eram bem conservados, mesmo dividindo a responsabilidade de defesa da cidade.Certo dia, Àkuko estava andando por um caminho do outro lado da cidade, quando observou dois meninos pequenos chorando juntos.Àkùko perguntou o que havia acontecido.No início eles ficaram receosos de falar, mais , diante da insistência resolveram contar o que havia acontecido: Estávamos indo para Ówò, para fazenda de nossos pais, levando cinzas para que eles pudessem ter fogo.Der repente, um vento forte bateu em cima da gente, soprando cinzas para dentro da mata de Elékute,provocando uma queimada.Agora, nós seremos punidos.Àkùko ouviu atentamente e ficou preocupado:Eles não tinham intenção de queimar a mata sagrada, mas isso não seria levado em consideração porque a penalidade não isenta ninguém, nem mesmo crianças.E conclui: Será que estes meninos poderão suplicar sua inocência?Após ter penado muito, disse a eles, que voltassem à cidade, não contassem nada a ninguém. Pediu que lhe entregassem o que havia restado das cinzas em direção a fazenda de seus pais .E, seguida, Ákúko voltou para





cidade.A essa altura, a notícia de que a mata de Elékute havia sido queimada já tinha chegado aos ouvidos de todos .Àkùko foi até a casa do chefe da comunidade disse .Aconteceu uma coisa lamentável.Eu estava carregando as cinzas para os meus campos quando um vento forte soprou as faíscas para a mata de Elékute.Eu não tinha intenção de prejudicar a cidade.O chefe respondeu: Isto é um assunto muito sério.Convocou, então todos os conselheiros para uma reunião, relatando o ocorrido.Os conselheiros disseram.Deixem o próprio Akùko falar.Tomando a palavra, Àkùko declarou. Todo povo de Òwò conhece minha família. Nós nunca causamos qualquer dano à comunidade e ajudamos a todos que algum dia precisaram de nós. Eu estava saindo para os campos coma as cinzas, a quando um vento soprou de cima espalhando as cinzas.Eu sou o senhor dos ventos?Não claro que
não. O vento soprou as cinzas carrengando para mata, Eu já fiz alguma coisa contra o bem estar de Ówò?Vamos esquecer este acontecimento e continuar a nossa vida


Um dos mais velhos replicou. Calma, vamos devagar .Deixe-nos considerar melhor o assunto.Discutiram a situação e chegaram a conclusão de que havia sido um crime sério queimar as matas sagradas.Decretou-se então, que quem quer que fosse deveria morrer pela forca.Você,Àkùko, não estava na reunião quando foi decidido isto?.Agora você diz para esquecermos tudo?Você carregava as cinzas, mas era sua a responsabilidade de que nenhuma faísca escapasse. Quando concordamos sobre a penalidade, falou-se que a punição seria somente para a espécie de pessoa e não para outra?Alguns ponderaram a favor de Ákúko.Devemos considerar que ele tem sido generoso em nossa cidade.Muitos já receberam sementes de seu celeiro para plantar nos campos.Quem não tem bebido vinho de palma com Ákùko? Ele não tem distribuído donativos nos festivais?Quando o inimigo nos ataca ele não pega suas armas e nos defende? O que existe para falar dele são somente as faíscas que flutuam ao vento para a mata do Elékute. Propomos considerar esta questão com moderação. Diante desta exposição, tomaram uma decisão.Em consideração ao bom nome de Áku`ko, estabeleceram uma multa de 2.400 búzios que deveria ser paga ata o quinto dia da semana seguinte.Caso contrário, ele seria enforcado.Àkùko ficou confuso. Onde poderei obter tantos búzios, assim?Nem Oba teria condições de


pagar semelhante multa. Não tendo alternativa, saiu procura de parentes e amigos. Alguns lhe deram todo o dinheiro eu tinham, a outros pediu empréstimos.Houve aqueles que se recusaram achando que ele deveria ser enforcado.Diziam: Só porque você é de boa família, não quer dizer que não devo pagar pelo crime.No quinto dia do prazo,Àkùko foi até o chefe: Minha família me deu a riqueza que possuía.Meus amigos também , mas não o suficiente.O chefe respondeu: Neste caso, a sentença é a morte.Ao ouvi-la, o povo agarrou Àkúko amarrou-lhe os braços para trás e conduziram –no até o local da execução .Àkùko percebeu que o povo o queria morto e disse.Todos vocês esqueceram a generosidade de meu pai e de meu avô ? Elas responderam. Não implore por sua vida.Seja corajoso e enfrente a morte.E o diálogo se estabeleceu durante todo o trajeto.Eu vejo que vocês desejam a minha morte.Mas escutam o que tenho a dizer.Eu sempre quis coisas boas para Òwó e em troca estou recebendo isto de vocês .Se me executarem uma grande desgraça cairá sobre Òwò. Não haverá colheitas nos campos e a cidade não prosperará mais.As mulheres não terão mais filhos.Se eu morrer, vocês serão os primeiros a morrer na próxima luta contra os inimigos.Diante destas palavras , o povo respondia.Você está falando demais.Suas maldições não têm sentido.Enforquem-no.
O volume de pessoas acabou se tornando um grande cortejo, tendo a frente tocadora de atabaques, que cantavam canções que diziam.Enforquem Àkùko, dizia mais uma .Se eu morrer, o rio correrá para cima e
retornará ao lugar em que ele nasce,.O povo gargalhava, dizendo: Os rios nunca correm para cima.E para não mais ouvir Àkùko falar amarraram-lhe um pano na boca. O cortejo alcançou o rio, e ao atravessá-lo, fizeram-no pela parte mais rasa. Foi quando Àkùko parou por instantes e lavou suas mãos e seus pés.O povo admirou-se com a quilo, mas continuaram a arrasta-lo ata o local da execução.E , lá Àkùko, foi enforcado em uma árvore.O povo dizia; Bem, o assunto esta encerrado, e retornando para suas casas.Mas o caso não encerrou aí, pois a maldição d Ákùkò para a cidade continuava viva. Algum tempo mais tarde, os guerreiro de Òwò foram travar luta contra o inimigo.Oge, o chefe dos tocadores de atabaques, que tinham dito.Enforquem Akuko, foi o primeiro a morrer.Nos campos da cidade, as colheitas começaram diminuir .Os homens de Òwò tornaran-se impotentes, e a população foi diminuindo.A cidade que era próspera tornou-se seca e sem vida.As famílias ficaram pobres.e o mais incrível foi o rio Òwó passou a correr para cima conforma a maldição de Ákukó .Foram feitos sacrifícios e oferendas, implorando a inversão do curso do rio, mas seus pedidos não foram a tendidos.Com respeito a Àkùko, ele reencarnou como um galo.Mesmo hoje, após gerações muitas toma-se grande cuidado ao se lavar as partas do galo, antes de ele se abatido.Isso é feito em memória do enforcamento de Ákùko, que antes de atravessar o rio lavou suas pernas..



Conclusão.O oferecimento de um galo nos ritos de sacrifício se destina, de uma maneira geral, aos Òrisa, que indicam atividades de luta e ação. Èsù, Ògun e Sàngó costumam receber essas aves cujas tonalidades das panas procuram ser identificadas com as cores dos Orisa.Se for oferecido juntamente com um animal de quatro patas, galos e galinhas serão consideradas Íbòsè, ou sela eles calçarão ara quatro patas do animal.Bò-calçar, esè-pés..Texto José Beniste