quinta-feira, 27 de agosto de 2009

PÓS YEROSUN, OSUN, WAJI, EFUN

A utilidade dos pós - Yerossum, osun ,waji, Efum.-Iyerosun- é um pó amarelado oriundo da arvore osun através da ação de cupins. Ele é espalhado sobre o Opon Ifá, onde o Babalawo faz a marcação dos Odu e, posteriormente, após ritual próprio pertinente aos Babalawos, esse iyerosun que foi encantando, poderá ter diversas aplicações.Costumeiramente é empregado em beberagens, banhos, sabão para banho, diversas fórmulas para proteção e sorte, podendo ainda, dependendo da situação, ser espalhado sobre oferendas aos Orisa ou Orunmila.Mas somente terá valor litúrgico se for preparado por um Babalawo.-Osun- pó vermelho extraído da arvore de mesmo nome, normalmente o compramos em pequenas bolas, ele é utilizado nos rituais iniciáticos para a maioria dos Orisa, principalmente para as Iyabas, porém é interdição para os Orisa funfun. Existem determinados ebos onde fazemos o uso do Osun, além de fazer parte do preparo de algumas magias para a sorte e saúde. Com a utilização do Osun busca-se a fertilidade e a prosperidade, o osun é associado ao ase de sangue vermelho dentro do reino vegetal.-Waji- Usado também nas pinturas dos rituais de iniciação aos Orisa, da mesma maneira que o Osun, ele é proibido para os Orisa funfun. Sua aplicação está relacionada à força espiritual, associado ao ase de sangue preto do reino vegetal. Também empregado em algumas fórmulas.-Efun- É um potente "giz" branco empregado nas pinturas iniciáticas de todos os Orisa, principalmente os Orisa funfun. É considerado muito sagrado, trás o equilíbrio, tranqüilidade, paz e paciência. Muito empregado no preparo de diversas fórmulas para varias finalidades. Faz parte do ase de sangue branco do reino mineral.

A IMPORTÂNCIA DO ÒSÙ (ADÒSÙ).



A IMPORTÂNCIA DO ÒSÙ (Adòsù). NA INICIAÇÃOO òsù é um amalgamado de substâncias secretas, algumas in-natura, outras secas, algumas torradas mas tudo isto reduzidos a pó, este conhecido como iye. Ele serve de veículo para transmitir o àse do Òrìsà a ser consagrado no futuro iniciado. O òsù será formado pelos elementos constituitivos e carrega não somente o àse mas a individualização de cada Òrìsà, sendo assim há uma expressiva diferença entre os òsù, cada qual leva suas substâncias distintas e específicas, ou seja, um diferente do outro. É a preparação mística de uma base apta a receber o Òrìsà Tutelar quando ele manifestar-se no iniciado. Para que possa veicular o àse pretendido, deve ser consagrado ritualísticamente em um odo (almofariz/pilão) devidamente preparado para este tipo de cerimônia. O almofariz, onde os remédios e elementos sagrados são triturados é considerado um objeto sagrado feito apenas com determinados tipos de madeira. Simboliza as duas forças fundamentais: o almofariz representa o pólo feminino , enquanto o pilão representa o pólo masculino. O que se obtem destes dois é o terceiro elemento "O elemento criado, o elemento procriado". O ritual para o preparo do òsù, onde são recitados a cerimônia do Mo Jùbà (invocação sagrada) e certos adúrà (rezas) são de competência única e exclusiva dos Babalòrìsà, Ìyálòrìsà , Ìyálàse e Òsùpin

Em determinado estágio da iniciação, a Ìyálàse trasfere esta massa do almofariz e a fixa em formato cônico, sobre o crânio raspado do noviço, mais especificamente em um pequeno corte ritualístico denominado de gb éré, por intermédio de um ciclo ritual que culmina quando esta profere algumas palavras, afim de consagrar o ò sù. Estas palavras são conhecidas como ofò. Uma vez sacralizado corretamente e por quem de direito, o òsù fortalece o àse do Òrì sà consagrado no iniciado e este passa ser chamado de Adòsù. O denominação A'd'òsù , resulta na forma contraída das palavras: A – dá – òsù, o que poderiamos interpretar como: "Aquele que carrega o òsù" ou "O Portador do òsù ".De suma importante lembrar, que a gramática Yoruba na prática de sua linguagem é comum usar o sinal diacrítico o "apóstrofo". Consiste em que, se numa mesma frase a palavra termina com uma vogal e a palavra seguinte começa com uma vogal, uma destas duas vogais sofre supressão, então duas ou mais palavras tornam-se apenas uma.

CABAÇA



A CABAÇA É UM FRUTO COM AMPLA UTILIDADE NO CANDOMBLÉ. É O FRUTO DA CABACEIRA ( cucurbita lagenaria ) E BÁSICAMENTE TEM O CORPO ARREDONDADOE UM PESCOÇO CURTO OU LONGO, PODENDO TOMAR OUTRAS FORMAS DANDO – LHE ASSIM CONDIÇÕES DE TER DIVERSAS UTILIZAÇÕES, DEPOIS DE EXTRAÍDA TORNA-SESECA E SÓLIDA.POR DENTRO POSSUI ALGUMAS SEMENTES. QUANDO CORTADA DEVE-SE RETIRAR A POLPA ,DEIXANDO SECAR , PARA SER USADA COMO UTENSÍLIO. INTEIRA É DENOMINADA CABAÇA; CORTADA, É CUIA OU COITÉ, E AS MAIORES SÃO DENOMINADAS COMBUCAS, NOS RITOS DE CANDOMBLÉNOS RITOS DE CANDOMBLÉ , TAMBÉM TEM NOMES DIFERENCIADOS PELA FORMA COMO É CORTADA. A CABAÇA INTEIRA É CHAMADA DE ÈKÈRÈGBÈ E A CORTADA EM FORMA DE CUIA TEM O NOME DE ÌGBÁ.CORTADA EM FORMA DE PRATO É O ÌGBÁJE, OU SEJA, RECIPIENTE PARA COMIDA, CORTADA ACIMA DO MEIO FORMA UMA VASILHA COM TAMPA CHAMADA DE ÌGBÁSE, OU SEJA CUIA DO ÀSE.


NOS RITOS É UTILIZADA COMOIGBÁ – LOCAL PARA POR OS APETRCHOS QUE IRÃO FORNAR O ASSENTAMENTO DOS ÒRÌSÀ. EMBORA HOJE ESTA PRÁTICA ESTEJA QUASE ESCAÇA, SENDO SUBSTITUÍDA PELOS ASSENTAMENTOS DE PORCELANA OU LOÇA .


ÌGBÁSEÉ __UTILIZADA PARA COLOCAR OS SÍMBOLOS DO PODER APÓS A OBRIGAÇÃO DE SETE ANOS DE UMA ÌYÀWÓ , COMO TEZOURA, NAVALHA, CONTAS, FOLHAS E ETC.


ÌGBÀ KÈKÈRÉ__CABAÇAS MINUSCULAS SÃO UTILIZADAS NO SÀSÀRÀ DE OMOLU, PARA DEPÓSITO DE SEUS REMÉDIOS E NO ÒGÒ DE ÈSÙ, UMA REPRESENTAÇÃO DO FALO MASCULINO, AS CABAÇAS REPRESENTAM OS TESTÍCULOS.


_CORTADA AO MEIOÉ __COLOCADA NA CABEÇA DE PESSOAS QIE AO SE INICIAREM NÃO PODEM SER RASPADAS POR SEREM ÀBÌKÚ PARA NELA SEREM FEITAS AS OBRIGAÇOES NECESSÁRIAS.


_COM CORTE AO COMPRIDOTORNA-SE UMA VASÍLIA COM CABO, CHAMADA DE CUIÁ DO ÌPÀDÉ, SERVE PARA RECOLHER O MATERIAL DE OFERECIMENTO OU PARA PARA COLHER AS ÁGUAS DO BANHO DE FOLHAS MACERADAS.INTEIRA SE REVESTIDA COM COM UMA REDE DE MALHA SERÁ O AGBÈ,INTRUMENTO MUSICAL UTILISADO PELOS OGANS DURANTE OS TOQUES E CÂNTICOS.


_CABAÇA INTEIRA COM O PESCOÇO CUMPRIDO –ASSIM FICA EM FORMA DE CHOCALHO QUANDO É AGITADA COM AS SUAS SEMENTES, FAZENDO ASSIM O SOM DO SÉRÉ, FORMA REDUZIDA DO SÈKÈRÈUNSTRUMENTO POR EXELÊNCIA DE SÀNGÓ.



_AS CABAÇAS INTEIRAS EM TAMANHOS GRANDESAS CABAÇAS INTEIRAS EM TAMANHOS GRANDES – SUBSTITUI NOS RÍTOS DE ÀSÈSÈ A CABEÇA DE QUEM MORREU E QUE POR ALGUNS FATORES NÃO PODE AS OBRIGAÇÕES NECESSÁRIAS DE RETIRAR O ÒSU.

CANDOMBLE




Em 1830, algumas mulheres negras originárias de Ketu, na Nigéria, e pertencentes a irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, reuniram-se para estabelecer uma forma de culto que preservasse as tradições africanas aqui, no Brasil.Segundo documentos históricos da época, esta reunião aconteceu na antiga Ladeira do Bercô; hoje, Rua Visconde de Itaparica, próximo a Igreja da Barroquinha na cidade de São Salvador - Estado da Bahia. Desta reunião, que era formada por várias mulheres, conforme relatei anteriormente, uma mulher ajudada por Baba-Asiká, um ilustre africano da época, se destacou: - Íyànàssó Kalá ou Oká, cujo o òrúnkó no orisá era Íyàmagbó-Olódùmarè.Mas, o motivo principal desta reunião era estabelecer um culto africanista no Brasil.

ìyá ìlú àiyé èmí, ou a mãe pátria terra da vida, como era chamada a África, pelos antigos africanos?Primeiro, tentaram fazer uma fusão de várias mitologias, dogmas e liturgias africanas. Este culto, no Brasil, teria que ser similar ao culto praticado na África, em que o principal quesito para se ingressar em seus mistérios seria a iniciação. Enquanto na África a iniciação é feita muitas vezes em plena floresta, no Brasil foi estabelecida uma mini-África, ou seja, a casa de culto teria todos os orisás africanos juntos. Ao contrário da África, onde cada orisá está ligado a uma aldeia, ou cidade por exemplo: Sangô em Oyó, Osun em Ijesá e Ijebu e assim por diante. A ORIGEM DO NOME CANDOMBLÉ Este culto da forma como é aqui praticado e chamado de Candomblé, não existe na África. O que existe lá é o que chamo de culto à orisá, ou seja, cada região africana cultua um orisá e só inicia elegun ou pessoa daquele orisá. Portanto, a palavra Candomblé foi uma forma de denominar as reuniões feitas pelos escravos, para cultuar seus deuses, porque também era comum chamar de Candomblé toda festa ou reunião de negros no Brasil. Por esse motivo, antigos Babalorisás e Iyalorisás evitavam chamar o "culto dos orisás" de Candomblé. Eles não queriam com isso serem confundidos com estas festas. Mas, com o passar do tempo a palavra Candomblé foi aceita e passou a definir um conjunto de cultos vindo de diversas regiões africanas. A palavra Candomblé possui 2 (dois) significados entre os pesquisadores: Candomblé seria uma modificação fonética de Candombé, um tipo de atabaque usado pelos negros de Angola; ou ainda, viria de Candombelé, que quer dizer ato de louvar, pedir por alguém ou por alguma coisa. NAÇÕES Como forma complementar de culto, a palavra Candomblé passou a definir o modelo de cada tribo ou região africana, conforme a seguir: Candomblé da Nação Ketu Candomblé da Nação Jeje Candomblé da Nação Angola Candomblé da Nação Congo Candomblé da Nação Muxicongo

A palavra Nação entra aí não para definir uma nação política, pois Nação Jeje não existia em termos políticos. O que é chamado de Nação Jeje é o Candomblé formado pelos povos vindos da região do Dahomé e formado pelos povos mahin. Os grupos que falavam a língua yorubá entre eles os de Oyó, Abeokuta, Ijesá, Ebá e Benin vieram constituir uma forma de culto denominada de Candomblé da Nação Ketu. Ketu era uma cidade igual as demais, mas no Brasil passou a designar o culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu. Esses yorubás, quando guerriaram com os povos Jejes e perderam a batalha, se tornaram escravos desses povos, sendo posteriormente vendidos ao Brasil. Quando os yorubás chegaram naquela região sofridos e maltratados, foram chamados pelos fons de ànagô, que quer dizer na língua fon piolhentos, sujos entre outras coisas. A palavra com o tempo se modificou e ficou nàgó e passou a ser aceita pelos povos yorubás no Brasil, para definir as suas origens e uma forma de culto. Na verdade, não existe nenhuma nação política denominada nàgó. No Brasil, a palavra nàgó passou a denominar os Candomblés também de Xambá da região norte, mais conhecido como Sangô do Nordeste. Os Candomblés da Bahia e do Rio de Janeiro passaram a ser chamados de Nação Ketu com raízes yorubás. Porém, existem variações de Nações, por exemplo, Candomblé da Nação Efan e Candomblé da Nação Ijesá. Efan é uma cidade da região de Ilesá próxima a Osobô e ao rio Osun. Ijesá não é uma nação política. Ijesá é o nome dado às pessoas que nascem ou vivem na região de Ilesá, que caracteriza a Nação Ijesá no Brasil é a posição que desfruta Osun como a rainha dessa nação. Da mesma forma como existe uma variação no Ketu, há também no Jeje, como por exemplo, Jeje Mahin. Mahin era uma tribo que existia próximo à cidade de Ketu. Os Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada desses africanos vindos de Angola e Congo. A partir de Maria Néném e depois os Candomblés de Mansu Bunduquemqué do falecido Bernardino Bate-folha e Bam Dan Guaíne muitas formas surgiram seguindo tradições de cidades como Casanje, Munjolo, Cabinda, Muxicongo e outras. Nesse estudo sobre Nações de Candomblé, poderia relatar sobre outras formas de Candomblé, como por exemplo, Nàgó-vodun que é uma fusão de costumes yorubás e Jeje, e o Alaketu de sua atual dirigente Olga de Alaketu. Alaketu não é uma nação específica, mas sim uma Nação yorubá com a origem na mesma região de Ketu, cuja sua história no Brasil soma-se mais de 350 (trezentos e cinquenta) anos ao tempo dos ancestrais da casa: Otampé, Ojaró e Odé Akobí. A verdade é que o culto nigeriano de orixá, chamado de Candomblé no Brasil, foi organizado por mulheres para mulheres. Antigamente, nas primeiras casas de Candomblé os homens não entravam na roda de dança para os orixás. Mesmo os que tornavam-se Babalorixás tinham uma conduta diferente quanto a roda de dança. Desta forma, a participação dos homens era puramente circunstancial. Daí ter-se que se inserir no culto vários cargos para homens, como por exemplo, os cargos de ogans.Hoje a palavra Candomblé no Brasil define no Brasil o que chamamos de Culto Afro-Brasileiro.