quarta-feira, 26 de março de 2014

CRIANÇAS NA GUERRA, VITIMA E RÉU




No mundo, milhões de crianças lutam em guerras e conflitos armados. Muitos deles, meninas e meninos, se encontram espalhados pela América Latina, África, Ásia e também na Europa. A maioria das crianças-soldado encontra-se no continente africano. Segundo dados estimativos das ONU, existem mais de 100.000 crianças que atuam como soldados, sobretudo em Uganda, Libéria, República Democrática do Congo e Sudão. A Kindernothilfe é membro da aliança Coordenação Alemã de Combate ao Recrutamento de Crianças-soldado (Deutsche Koordination Kindersoldaten) e engaja-se contra a utilização de crianças em conflitos armados e, além disto, apoia projetos de assistência a ex-crianças-soldado.

Atualmente, existem cerca de 20 conflitos armados, nos quais crianças e adolescentes são aliciadas e obrigadas a fazerem parte, às vezes, de exércitos nacionais, e também de forças ou grupos armados. Muitos desses jovens são recrutados à força, outros se alistam voluntariamente, porque quase não veem ou não têm outra alternativa de não participar da guerra. Os motivos deste suposto "voluntariado" são a falta de ocupação ou formação profissional e o desejo de escapar à violência no próprio ambiente familiar. A vingança também é fator que impulsiona o alistamento voluntário de crianças e adolescentes devido a perda de um ente querido em consequência de conflitos armados ou guerras.

Abuso sexual
A vida de crianças-soldado é dura e perigosa, pois geralmente atuam como mensageiras, carregadoras, espiãs, e, muitas vezes, também precisam transportar explosivos e aprender a manejar pistolas, fuzis e metralhadoras. As meninas frequentemente são obrigadas a satisfazerem os desejos sexuais de soldados nos acampamentos. As crianças-soldado não são somente vítimas em conflitos armados, elas também são, ao mesmo tempo, réus e rés. Como prova de "dureza", muitas vezes, são obrigadas, sob pena de morte, a assassinar amigos e membros da própria família.