Segundo
a filosofia religiosa yorubana, o ser humano é composto de quatro elementos ou
corpos que
permitem,
ao combinarem-se, sua estadia no mundo terreno.
O
mais conhecido destes corpos é o físico, denominado "ará" em yoruba.
É o corpo material que permite a
plena
manifestação do ser humano no plano físico e material da existência.
Outro
destes elementos, é o denominado "Ojijí", corpo ou forma telúrica,
conhecido em outras escolas
filosóficas
como "sombra" ou "corpo astral". Trata-se de um doble exato
de nosso corpo físico, que aprende tudo o
que
sabemos, adquire todos os nossos costumes, hábitos e vícios; nutre-se dos
fluidos exalados pelos alimentos e
bebidas
por nós consumidos, e que, por este motivo, adquire as nossas preferências
alimentares.
Ojijí
é uma forma fornecida pela Terra, responsável pela guarda de nosso corpo
físico, subsistindo, mesmo
depois
da sua morte, enquanto este não for inteiramente decomposto e, em forma de pó,
entregue à Terra que
forneceu
toda a matéria de que foi formado.
É
Ojijí que apresenta-se sob a denominação de "Egun", depois da morte
do corpo físico.
O
terceiro corpo é denominado "Emi". Seria também um protótipo criado
em plano superior de existência e
que
serviria de projeto de nosso corpo físico. Emi é o sopro de vida que nos dá o
ânimo e conseqüentemente, a
condição
para viver. Seria portanto o equivalente à alma da cultura judaica-cristã.
Passa também por um processo de
"morte"
que ocorre algum tempo depois da morte física.
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O
quarto e mais importante componente, é "Iporí", a Essência Divina
que, individualizada e desprendida de
sua
Origem, habita cada um de nós. Iporí teria por sede a cabeça (Ori) e, ao
encarnar num novo indivíduo, perde a
consciência
de sua origem divina, de seus atributos e qualidades, embotado que fica pela
queda e aprisionamento na
matéria.