sábado, 14 de novembro de 2009

ÀSE – Uma Força Poderosa


ÀSE – Uma Força Poderosa

A concepção do termo àse é fundamental e de extrema importância em toda a Religião Yorùbá. O conceito de àse, baseia-se na crença em que, tudo que existe no àiyé e no òrun, esta dotado da divina graça de Olódúmarè – O Ser Supremo.
A Tradição Oral, mantem que antes da criação do universo, Olódúmarè existia somente na forma de àse, uma energia geradora de força vital. Com o tempo, o àse assumiu a consciência daquilo que chamamos de Ser Supremo, de Universo e tudo o que Dele tem sido procriado. As vastas expansões do Universo nos primórdios da criação, resplandeceram com a energia desenfreada e doadora de vida que faz com que tudo seja possível – o àse e a existência começou a prosperar e a se propagar. Os Yorùbá, acreditam que quando o universo foi criado, a cada coisa lhe foi dado o poder do àse, a energia mítica da qual dependem as muitas essências de vitalidade e de existência. As divindades emanadas do próprio Olódúmarè, através e com o àse, assistem ao Ser Supremo na tarefa do universo, são os primeiros seres antropomórficos que resultaram do àse. As divindades são consideradas, como personificações de “qualidades divinas” de Olódúmarè. Este é o rol como mediadores entre a humanidade e o Ser Supremo.
O Ser Supremo, Longe de ser um Deus remoto, como repetidamente é descrito na literatura, Olódúmarè é eternamente presente e ativo, através do àse, em todos os elementos do universo. Síntese de tudo o que existe, receptáculo por excelência da força suprema e confluência de todas as forças existentes. Deste modo, o àse deve se entendido como a presença prolífica de Olódúmarè em tudo o que há no universo. Olódúmarè impulsiona a vida e a matéria. Como estas são “filhas” ou emanações de Olódúmarè, ambas são produtos e condutoras de àse, colocando uma “porção” do Ser-Supremo e da sua graça em cada elemento do universo. Então, através do àse, Olódúmarè é Onipresente, Oniciente e Onipotente, sempre atento as ações do universo, particularmente com aquelas dos seres humanos. O homem recebeu de herança uma parte deste àse - poder criador divino, o dom da mente, da palavra e da inteligência.
A palavra àse tem sido definido por muitos como: o poder-de-fazer-as-coisas-aconteceram, a força mítica do universo, o poder vital, a força de vida, a força divina vivificante ou mística, a força vital, mágico-sagrada, a energia, o poder místico e potencial de todas as divindades, deidades, entidades e de todos os seres animados do reino animal, vegetal e mineral. Esta presente em todas as coisas, concretas ou abstratas. Uma força mística, geradora ou potencializadora que abrangente e fortifica todo o sistema de crenças e funciona como principal ferramenta de adaptação, garantindo o desenvolvimento e a sobrevivência de toda uma religião.
Os antigos acreditam, que a crença no àse tem permitido aos escravos suportar o peso da escravidão, do colonialismo e dos muitos conflitos encontrados durante a imposição do cristianismo. Esta crença foi primordial para a continuidade da religião e que esta mative-se viva até os tempos atuais. A religião a pouco tempo , tem abraçado e incorporado muitos povos de diferentes culturas e nacionalidades. O àse tem-se demonstrado ser crítico na adaptação e sobrevivência da religião e também, um meio para a compreensão de uma visão de mundo dos povos estrangeiros, diferente da afro-descendentes.
Em realidade, nenhuma definição é capaz de prover um cômputo satisfatório de tudo o que o àse é e encerra. De natureza própria, o àse é inefável. Não obstante, Pierre Verger tem, dado uma das melhores descrições de àse Aplicando a teoria de Durkhrin ao conceito de àse, Verger registra:
...os iorubas nunca viram o ase, nem pretendem personificá-lo. Nem podem defini-lo por atributos e características determinadas. Ele envolve todo mistério, todo poder secreto, toda divindade. Nenhuma enumeração consegue exaurir esta idéia infinitamente complexa. Não é um poder definido ou definivél, é o próprio Poder no sentido absoluto, sem epíteto ou determinação de alguma espécie...é o princípio de tudo o que vive, age ou se move. A vida inteira é àse.
Na maior parte, todos estudiosos coincidem, basicamente, com os mesmos princípios: “O àse é tudo, e o mais, por própria natureza, o àse é existência. Sem àse, nada é possível. Não obstante, nenhuma definição lhe faz justiça, por sua essência o àse está além de definições e da completa compreensão humana.
A Religião Yorùbá, seja no tradicionalismo ou na diáspora é altamente dependente do àse, o dote mais sagrado e reverenciado da humanidade. O àse é tudo o que foi e o que será: O àse é eterno. O mais importante é que o àse é prontamente acessível e disponível, ideal para o progresso e o bem-estar do Homem.
Ainda que sua extensão seja incomensurável, o àse como personificação do poder, da energia e da autoridade não está igualmente distribuído. O grau de àse vária de acordo com o seu anfitrião. Esta noção encontra-se exemplificada num mito muito conhecido, e recitado na adivinhação que descreve a distribuição de àse e de conhecimento por todo o mundo. De acordo com o mito, quando a cabaça da sabedoria caiu das mãos de Ogbe-Odi, o àse e o conhecimento foram dispersos por cada canto da Terra. Cada um e cada coisa sobre os quais ele se inclinou, obteve algum grau de àse, dependendo de quanto foi impelido para áreas particulares do cosmos. Os advinhos enfatizam que nada deve ser subestimado, desde que o seu grau de àse não possa ser completamente determinado.
O àse é ao mesmo tempo universal e imortal, mas nunca estagnado ou imutável. É uma energia maleável que pode ser reinterpretada e revigorada, constantemente evoluindo e crescendo através do tempo. Os humanos são os principais beneficiários desta energia. Desde que estes prosperaram separadamente em seus meios ambientes, o àse tem sido aprendido, interpretado, entendido e aplicado em diferentes maneiras e em diferentes momentos. Os seres humanos podem se encarregar desta energia e usá-la para satisfazer suas necessidades, idealmente, para o avanço material e espiritual, individual e coletivo e para o desenvolvimento do iwá – o caráter moral que ordena respeito e reverência. Uma vez em harmonia com o àse, os seres humanos passam a viver sus vidas produtiva e completamente.
Ausente da filosofia Yorùbá está a popularizada (ainda que não necessariamente correta teologicamente) noção judaico-cristã de uma batalha entre o bem e o mal. Para os Yòrúba, a dualidade entre um Ser Supremo Onipotente e Sua antítese é inexistente. Olódúmarè e àse são as causas de tudo, seja positivo ou negativo. Olódúmarè é começo e o fim. Bem e/ou mal são resultados de ações humanas e não de uma batalha cosmológica entre duas entidades ou duas forças. O àse é neutro, nem bom nem mau, nem moral nem perverso, nem puro nem impuro. O àse é simplesmente um tipo de energia irrefreável que é geradora por natureza; um poder no bruto que quando acessado pelos seres humanos é direcionado, e seu propósito é definido de acordo com a situação particular e/ou com a necessidade individual. É a ação humana, e não a energia por si mesma, o que determina onde e como o àse será usado ou mal empregado.
O iwá é de extrema importância em seu relacionamento com o àse, desde que o comportamento apropriado na Terra influencia o acesso humano ao àse, tanto na vida presente quanto na ulterior. Olódúmarè monitora a conduta de um indivíduo, durante a vida deste, através das divindades que mantêm “registros” do comportamento humano. Outra das várias funções de Òrìsànla é ensinar moralidade e ordem à humanidade, servindo de exemplo a ser seguido pelo criador do seres humanos. Ele estabelece padrões muito altos de moralidade para seus seguidores e não se refreará ao punir os infratores. Desenvolver o iwá-pele - o bom caráter moral, requer não somente devoção e respeito por Olódúmarè, pelas divindades e os ancestrais, mas também pelos seres humanos e por todas as criações de Olódúmarè. É importante (e exigido) que o indivíduo seja um bom filho, um bom irmão, um bom pai, um bom cidadão. A pessoa que possui iwá-pele deve servir de exemplo para aqueles que a rodeiam ou aos seus companheiros. Estas características são componentes integrantes e indispensáveis para adquirir um bom caráter.
Contudo, à humanidade lhe foi dada liberdade de escolha. Os humanos são criaturas apaixonadas e às vezes são cegadas por suas próprias paixões. Aqueles que se desviam do caminho apropriado do iwá-pele, e empregam mal o àse para maldades ou propósitos pessoais, sofrem as conseqüências de suas ações durante as suas vidas e também após a morte. Assim, ainda que o àse possa carecer de “conotações morais”, tal como alguns estudiosos têm declarado, a importância colocada em desenvolver o iwá-pele adiciona dimensão moral ao uso ou desuso da energia de Olódúmarè. Finalmente, ainda, a responsabilidade repousa nas mãos do indivíduo.









ÀSE – Uma Força Poderosa – Parte II
O ÀSE NO SER HUMANO.
O àse de Olódúmarè reside no orí - a cabeça humana, mais precisamente no orí inú – o interior da cabeça, onde encontra-se a essência do ser; e Sua presença é conhecida por Elédá — O Senhor da Criação, um título de Olódúmarè que exalta a responsabilidade por toda a criação, cujo o qual Ele existe por Si mesmo. Juntos, funcionam como o Òrìsà pessoal do indivíduo, uma espécie de "anjo-da-guarda" ou atendente na vida do ser humano. O orí também é a morada do Odù – o signo regente da vida, o destino humano; o ìpònrí, a força vital ancestral; o Òrìsà, a divindade tutelar e os ewò, os tabús, proibições e deveres. O orí é o maior benfeitor da humanidade. Os Yòrúba acreditam que todos as ações dos homens na Terra são predestinadas por Olódúmarè e determinadas de três formas:
• 1ª A pessoa se ajoelha e escolhe o seu destino. Esta forma é denominada Àkùnlè yàn - "Aquele que se ajoelha e escolhe";
• 2ª A pessa se ajoelha e recebe o seu destino, que é determinada Àkùnlè gbà - "Aquele que se ajoelha e recebe";
• 3ª O destino lhe é fixado, lhe é determinado. Esta forma é denominada
À yàn mò - "Aquele que escolhe e determina o destino para alguém".
Assim são estabelecidas as três etapas para a escolha do destino, cuja sustentação está no fato da pessoa ter de se ajoelhar perante à Olódúmarè para a confirmação daquilo que lhe é destinado e Ele comunica sua benção ao orí do indivíduo não nascido, ainda em forma de à se. O que quer que lhe seja confiado é inalterável e se torna parte da pessoa para o resto da vida. Todo esse ritual é assistido por Òrúnmìlà , que se torna testemunha do que está sendo determinado, o Elérìí ìpín – aquele que é testemunha do destino. Por essa razão, as nuances deste destino podem ser devidamente acompanhadas, através de consulta ao Oráculo de Òrúnmìlà – Ifá, e com a possibilidade de reajustar o que está em dissonância com o que foi determinado, através de seus vários subterfúgios.
No nascimento, Olódúmarè, na qualidade de Elémí – Senhor do sopro da vida, exala àse na forma de emí — hálito, dá o poder da respiração e a vida começa. Esta presença dual do Criador nos seres humanos toma a forma de Eledá, a silenciosa, mas observadora testemunha da existência humana que, posteriormente, tudo retornará à Olódúmarè para julgamento das ações da pessoa na Terra.
O relacionamento entre orí e El edá , e o grau de àse que os seres humanos podem possuir, é realçado através da iniciação no culto aos Òrìsà. "Assentando" o Òrìsà na cabeça do noviço, o àse recebido originalmente no nascimento, é reforçado pela presença do Òrìsà na vida do indivíduo. O orí continua a funcionar como assentamento do destino e do Òrìsà pessoal do indivíduo, enquanto a divindade tutelar adquiriu funções em conjunção com o orí e o Eledá na iniciação, trazendo equilíbrio, harmonia e estabilidade à existência do indivíduo. O potencial humano é aumentado, permitindo ao devoto viver uma vida cheia e próspera.
Os Òrìsà têm a mais estreita proximidade e acesso ao àse de Olódúmarè. Inumeras divindades foram sua primeira prole, emanando d'Ele através do àse Cada Òrìsà possui seus próprios domínios nos afazeres do universo e a maioria também esta relacionada aos fenômenos naturais, tais como oceanos, o vento, o trovão e assim sucessivamente. O àse, como manifesto nas forças da natureza, é apaziguado, cultuado e reconhecido como o inseparável elo na delicada interconexão e interdependência que existe entre os seres humanos e seus ambientes naturais. Ademais, a maioria dos Òrìsà supervisa diferentes aspectos da vida e da existência humana, tais como o nascimento, doenças, morte, aptidões, habilidades e assim por diante. O mais importante, os Òrìsà, assim como os seres humanos, possuem tanto defeitos quanto virtudes. Suas personalidades variam do racional ao ilógico, diferindo dos humanos somente pelo status e poderes que Olódúmarè lhes concedeu. Este aspecto faz com que o relacionamento entre os devotos e os Òrìsà, seja não apenas pessoal, mas também prático. Não se espera que os humanos sejam perfeitos. Se os Òrìsà podem errar, também o podem os seres humanos. A perfeição para os Yoùbá é um domínio exclusivo de Olódúmarè – O Deus todo perfeito.
O relacionamento entre os iniciados e suas divindades tutelares é pessoal e individual. Os iniciados no culto se consideram omo Òrìsà — filhos das divindades. O orí e os Òrìsà assistem seus omo para que adquiram àse, intercedendo por sua causa com as forças do universo, assim como os pais interviriam a favor de um filho. Eles proporcionam àse com e para o equilíbrio das necessidades humanas.
Os Yorùbá e suas contrapartes no Novo Mundo consideram a vida e o viver desejáveis. O òrun tem seu grande valor, mas se lhes for dada a opção, a vida na Terra e entre seus descendentes diretos é preferida à vida no além, não importando quão gratificante possa ser o òrun. A qualidade de vida é também importante, e provavelmente ainda mais importante do que a quantidade daquela é sempre a possibilidade de reencarnar e de retornar à Terra. Nenhum Yorùbá quer viver uma existência desonrosa ou insatisfatória na Terra. Viver uma vida completa na Terra, rodeada pelos confortos e pelos troféus



ÀSE – Uma Força Poderosa – Parte III
O ÀSE DO ÒRÌSÀ
O àse do Òrìsà não aparece espontaneamente, só pode ser adquirido pela introjeção ou por contato, transmitido durante os ritos da iniciação. Como toda força o àse é transmissível; conduzido por meios materiais e simbólicos e acumulável. Assim sendo, poderiamos dizer que o àse é ao mesmo tempo abstrato e concreto, podendo ser transmitido a objetos, lugares ou a seres humanos. Todo objeto, ser ou lugar consagrado só o é através da aquisição de àse que devem acumula-lo, mante-lo e desenvolve-lo. O àse esta contido numa grande variedade de elementos representativos do reino animal, vegetal e mineral. Esta força transmitida ritualísticamente através de certos elementos materiais dos três reinos, mantém e renova neles os poderes de realização. A energia mística contida nestes elementos é materializada e sua energia animadora, dirigida a resolver as crises da vida. Esta é uma das mais importantes qualidades do àse, o fato de não apenas existir, mas também de poder ser usado, manipulado e proporcionado para fruição adicional.
Os Babalòrìsà, Ìyálòrìsà, Ìyálàse e outros inumeros “cargos” são consignados a cuidar do àse, e a assegurar que sua força seja reativada e revitalizada sempre que for necessário. Eles contam com um amplo corpo de conhecimento ritual e místico, confirmado primeiramente pela adivinhação e que outorga acesso à energia do àse para cura, desenvolvimento e outras finalidades restauradoras. O conhecimento, o entendimento, a sabedoria e o desenvolvimento iniciático estão em função da absorção e da elaboração de àse.
Como toda força o àse pode diminuir ou aumentar. Essas variações estão determinadas pela tividade e conduta rituais. Conduta esta estabelecida pela escrupulosa observação dos deveres e das obrigações regidas pela doutrina e prática litúrgica de cada detentos de àse, para consigo mesmo, para com o grupo de iniciados a que pertence e para com o Terreiro. O desenvolvimento do àse individual e o de cada grupo impulsiona o àse do local de culto. Quanto mais uma comunidade religiosa é antiga e ativa, quanto mais os sarcedotes e sacerdotisas encarregados das obrigações rituais apresentam um grau de iniciação elevado, tanto mais poderoso e forte será o àse do Terreiro.
Como mencionado anteriormente as representações materiais do àse contidos nos três reinos são veículos, através dos quais os iniciados servem como condutores desta energia entre òrun e o àiyé , entre o profano e o sagrado. Toda planta, todo animal, toda raiz, um tipo particular de rocha, uma pena, água do mar ou de um rio, todas as coisas na Terra são animadas pelo àse e por isto, podem ser usadas para acarretar um resultado em particular. As possibilidades são infinitas. A combinação apropriada destes elementos e seu àse individual são convocados recitando seus respectivos ibà – saudações; Oríkì – evocações; adúrà – orações, súplicas; ofò – palavras mágicas, encantamentos; orin – cantos, preparando e executando diversos ritos, os devotos atuam conscienciosamente para jaezar o àse e dirigi-lo, aplica-lo a diversas finalidade ou realizações, tanto para o bem como para o mal. Se canalizado com o devido respeito e apropriadamente, o àse põe o ser humano em contato com a mais pura e sagrada das energias de todo o universo, o próprio Olódúmarè.
A comunicação e o alinhamento apropriado entre o òrun e o àiyé através do àse , acentua a beneficência do aqui e agora e também assegura ao devoto seu lugar daí em diante. Mas se o àse pessoal do indivíduo está maculado pela conduta ou ações inapropriadas na Terra, a energia Divina é afetada adversamente e os resultados desejados são desmantelados. O sacerdote tradicional só pode entrar nos locais sagrados após um banho ritual de purificação, preparado com folhas frescas ou cozimento de certas cascas, raízes ou sementes, escolhidas em função do dia. Em seguida veste-se de modo especial, uma vez que não pode entrar nos locias sagrados vestidos com roupa comum. O sacerdote tradicional prepara-se para ter acesso ao àse alguns dias antes, tais como abstinência sexual além de evitar vários outros tabus dos quais possa comprometer sua conduta religiosa. Idealmente, o impuro ou inapropriado não podem estar em contato com a mais pura das energias do universo.
Todo iniciado, seja em que grau iniciático que se encontre, deve estar muito bem instruído na manipulação do àse material, ou seu próprio àse perde validade diante dos olhos de sua familia religiosa e de seus seguidores. Ter um considerado grau de àse dentro de todo um contexto religioso, é uma qualidade que todo iniciado deseja, mas nem todos alcançam tal “status”. O àse do Òrìsà não resulta somente da iniciação, mas também é desenvolvido e incrementado através de rituais, da conduta e da aquisição de conhecimento e experiência. Ter a bênção do conhecimento, do entendimento e da sabedoria ou melhor, usá-lo conscietemente é ter àse. O conhecimento é um dos muitos domínios do àse.
O conhecimento ritual é altamente valorizado, mas também é muito guardado e não facilmente compartilhado. Determinados conhecimentos são e serão um àse que nem todos nasceram para adquirir. Tal como é implícito ao mito de Ogbe’di, todos obtivemos algum nível de conhecimento, mas nem todos o adquiriram por completo. Alguns ensinamentos se caracterizam por serem “restritos” a um grupo menor de iniciados, por serem mais amplos dentro do ritual litúrgico. Desta maneira o conhecimento é colocado em partes, dividido e disperso entre uma única comunidade. Assim diz o òwe – parábola, provérbio – A sabedoria está repartida !. Até mesmo os mais expertos em rituais não são oniscientes. Muitas vezes podem ter necessidade de consultar outros sacerdotes, que podem ter mais conhecimento do que eles a respeito de um determinado Òrìsà ou de um ritual em particular. Ainda, em algum momento da vida, o conhecimento deve ser compartilhado, pois se não for passado aos descendentes, estará perdido, resultando na perda de uma ferramenta valiosa de acesso ao àse. A maioria dos Babalòrìsà e Ìyálòrìsà possui um ou mais aprendizes, de sua maior confiança, que preenchem os requisitos que muitos “mestres” estimam como necessários para a transmissão do seu conhecimento e de seu àse.

ÀSE – Uma Força Poderosa – Parte IV
O ÀSE NA PALAVRA PROFERIDA
No modelo de origem, muito valorizado pelo povo-de-santo, especialmente os de linhagem étnica Yorùbá, há um sentido ancestre e de eficácia social e religiosa fixado na palavra. A palavra tem energia própria e é valorizada por quem profere, entoa, fala, produz em som logicidade reconhecida.
O àse é especialmente poderoso na fala, conhecido como soro àse – que poderemos interpretar como “o poder da fala”, assim como nos sotélè – ato ou efeito de predizer, profetizar. O àse é materializado através das palavras, em toda a classificação oral: nos ibà - saudações; nos Oríkì – evocações; nos adúrà – orações, súplicas; nos ofò – palavras mágicas, encantamentos e nos orin – cantos e cantigas.
Na tradição africana, portanto, concebe a fala como um dom de Deus. Ela é ao mesmo tempo divina no sentido descendente e sagrada no sentido ascendente. Olódúmarè como se ensina, depositou no Elédá de cada ser humano, as três potencialidades: do poder, do querer e do saber, contidas nos elementos dos quais o àse do Elédá foi composto. Mas todas essas forças, das quais o homem é herdeiro, permanecem silenciadas, ficam em estado de repouso até o instante que a fala venha colocá-las em movimento. Vivificadas pela palavra divina, essas forças começam a vibrar. Numa primeira fase, tornam-se pensamento; numa segunda, som e numa terceira, a fala. A fala é portanto, considerada como a materialização ou a exteriorização, das vibrações das forças. Como no soro àse falar é “dar força” e, por extensão, “materializar” o àse.
O termo afose significa “Que a palavra possa tornar-se realidade”, entendendo-se desta forma, que as palavras, para que possam agir, precisam ser pronunciadas e que possa o àse ser materializado. Nas canções rituais e nas fórmulas encantatórias, a fala é, portanto, a materialização da cadência e se é considerada como tendo o poder de agir sobre as Divindades, é porque a sua harmonia cria movimentos, movimentos que geram forças que agem sobre as divindades que são, por sua vez, as potências da ação.
Principalmente nas orações e nos sacrifícios, o àse é invocado pela boca nutrida pelo àse da alimentação, pelo hálito preparado, pelo obì – Cola acuminata, orógbó – Garcinia kola, ataare – Afromomum melegueta, entre outros ingredientes, da a dimensão especial, qualificando a palavra e sua eficácia em dimensão litúgica dentro da religião.
A fala é uma força tão poderosa dentro do àse que a mesma cria uma ligação de vaivém entre os dois mundos òrun – àiyé, que gera movimento e ritmo, vida e ação, colaca em movimento forças latentes, que são ativadas e suscitadas por ela - “como um homem que se levanta e se volta ao ouvir seu nome”. Por esta razão os antigos não pronunciam determinados nomes conhecidos por Ajogun – os inimigos dos homens. O mau uso do afose proferido, pode ter efeitos deletérios para o àse e por ser poderoso nos èpe – pragas, maldições ou em qualquer ato de invocar o mal para outrem.
Nas tradições africanas, a palavra falada se empossa, além de um valor moral fundamental, de um caráter sagrado vinculado à sua origem divina e as forças ocultas nela depositadas. Agente mágico por excelência, grande vetor de forças etéreas, não deve ser ultizada sem prudência.
De um modo universal, a fala pode criar a paz, assim como pode distruíla, é como o fogo. Uma única palavra imprudente pode desencadear uma guerra, do mesmo modo que um graveto em chamas pode provocar um grande incêndio. A tradição, pois, confere a palavra, não só um poder ilimitado, mas também a dupla função de conservar e destruir. Por essa razão a fala, por excelência, é o grande ativo da magia africana.

inglês

ASE - A Powerful Force

The conception of the term àse is fundamental and very important throughout the Yoruban religion. The concept of àse, based on the belief that everything in Aiye and Orun, this having the divine grace of Olodumare - The Supreme Being.
The Oral Tradition holds that before the creation of the universe, Olodumare existed only in the form of àse, an energy-generating force. Over time, ASE has become aware of what we call the Supreme Being, the Universe and everything that has been begotten of Him. The vast expanses of the universe at the dawn of creation, glittered with unbridled energy and giver of life that makes everything possible - the existence àse and began to thrive and propagate. The Yoruban believe that when the universe was created, every thing was given the power of ASE, the mythical power of which depends on the many essences of vitality and life. The deities emanating from Olodumare own, through and with the àse, assist the Supreme Being on the task of the universe, are the first anthropomorphic beings that resulted from àse. The deities are regarded as embodiments of "divine qualities" of Olodumare. This is the role as mediators between humanity and the Supreme Being.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

TAMBOR



O Atabaque"ilu", tambo bata é de Origem Africana, utilizado nos cultos aos orixás, e religiões de origem afro, E na verdade o caminho e a ligação entre o homem e e seus orixás, os toques são o código de acesso e a chave para o mundo espiritual...








O Onílù, o tocador de tambor, quando é especialista no tipo Ìgbìn, são chamados de Alùgbìn, que é o caso no templo Ìdèta-Ilê de Òbàtálá, em Ilê-Ifé. O ìgbìn é o nome do tambor de Òbàtálá, e do seu ritmo de dança preferido.





Cada alma individual entrou neste mundo através de uma rítmica e tonal vibração. Sua alma tem um ritmo próprio. Existe um padrão pulsante de som que abre a porta para sua mente inconsciente e liberta do pensamento, análise, julgamento e out
ras limitações.

O tambor é a voz das divindades. Através deles expressar seus atributos, demonstram suas proezas e contam suas façanhas no mundo.


Os padrões e os tons do ritmo são códigos de desbloqueio de portas entre o visível e o invisível. Esses padrões são encantamentos - que os Iorubás chamam de ijinle – verdades profundas. Elas conjuram as qualidades vibracão de criação, os sons que trouxe coisas à existência; pessoas, plantas e divindades semelhantes.


No período pré-colonial, comércio, migrações, guerras e religião estimularam a interação entre sociedades sub-sahariana, incentivando-os a emprestar recursos musicais de um outro, incluindo povos expostos à cultura islâmica e árabe, que tinham integrado algumas técnicas e instrumentos árabes em suas músicas tradicionais. Alguns usos tornou-se concentrado em especial áreas de cultura, enquanto outros foram amplamente distribuídos. Assim, o cinturão de savanas da África Ocidental forma uma área de música distinta da costa de Guiné por causa de seus estilos instrumentais virtuosísticas e a presença de uma classe de cantores de louvor profissional ou griots, nessa área. Da mesma forma, a música da África Oriental distingue-se da África Central por uma série de instrumentos e da África do Sul, que tradicionalmente enfatiza certos tipos de organização coral e formas complexas de arcos musicais.

Os instrumentos musicais da África sub-sahariana incluem uma ampla variedade de sólidos ressonantes (desambiguação), tais como chocalhos, sinos, carimbando o xilofone, o mbira (piano de polegar) e tubos. Tambores pergaminho (Membranofones) são encontrados em muitas formas, tais como tambores de cálice; tímpano; tambores cilíndricos, semicylindrical e em forma de barril; e tambores ampulheta com cabeças de variável-tensão. Entre vento instrumentos (Aerofones) são flautas feitas de bambu, painço, reed ou as pontas dos chifres de animais e cabaças; ocarinas; Panpipes; chifres (feitos de presas de elefante ou chifres de animais) e trombetas (feitas de madeira, seções de cabaça, ou tubos de metal); Single-reed tubos feitos de talos de milho; e tubos de palheta dupla adotados da cultura árabe. Instrumentos de cordas (Cordofones) incluem arcos musicais, cítaras, curvou-se e depenados alaúdes, alaúdes-harpa arqueadas harpas e liras. Percussão corporal também é explorada, o mais comum sendo tamboesr e carimbar a pé.

Na seleção de qualquer instrumento para fazer música ou comunicação, consideração das suas capacidades melódicas e rítmicas, seu poder evocativo ou dramático ou suas referências simbólicas. O ajuste sistemas, escalas e ritmos associados a instrumentos tendem a ser mais complexas do que as das músicas. Padrões de ritmo em uma linha ou várias linhas simultâneas podem bloqueio, se sobrepõem ou formam estruturas polirrítmicas. Tais estruturas podem utilizar Cruz-ritmos ou alternam duplo e triplo ritmos em padrões lineares.

Bateria está entre os mais populares instrumentos africanos, mas outros importantes instrumentos de percussão incluem clap-varas, sinos, chocalhos, cortar Gongos, atingida cabaças e panelas de barro, carimbo, tubos e xilofones. Instrumentos de cordas africanos incluem o arco musical, alaúde, Lira, harpa e cítara. A flauta, apito, oboé e trompete estão entre os instrumentos de sopro

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

IROKO




Iroko (Chlorophora excelsa) - Árvore africana, também conhecido como Rôco, Irôco, é um Orixá, cultuado no candomblé do Brasil pela nação Ketu e, como Loko, pela nação Jeje. Corresponderia ao Nkisi Tempo na Angola/Congo. No Brasil, Iroko é considerado um orixá e tratado como tal, principalmente nas casas tradicionais de nação ketu. É tido como orixá raro, ou seja, possui poucos filhos e raramente se vê Irôko manifestado. Para alguns, possui fortes ligações com os orixá chamados Iji, de origem daomeana: Nanã, Obaluaiyê, Oxumarê. Para outros, está estreitamente ligado a Xangô. Seja num caso ou noutro, o culto a Irôko é cercado de cuidados, mistérios e muitas histórias. No Brasil, Iroko habita principalmente a gameleira branca, cujo nome científico é ficus religiosa. Na África, sua morada é a árvore iroko, nome científico chlorophora excelsa, que, por alguma razão, não existia no Brasil e, ao que parece, também não foi para cá transplantada. Para o povo yorubá, Iroko é uma de suas quatro árvores sagradas normalmente cultuadas em todas as regiões que ainda praticam a religião dos orixás.


Irokó é o orisá da abundância e prosperidade. Acredita-se que more na árvore irokó —teca da África Ocidental — mas devido à inexistência desta árvore em Cuba, foi associado com a Ceiba (Ceiba pentandra, L.). Muitos Olorisas plantam esta árvore em suas casas por ser considerada uma das árvores mais respeitadas, com grandes poderes esotéricos. Supõe-se que todos os orisás se reúnam em suas raízes, ainda que especialmente associada a Shangó, Aganjú, Oduduwá, Obatalá, e Egúngún. Quando Irokó é cultuado na base da Ceiba, a árvore é ornamentada com almofadas de diversas cores, com mariwó— folhas do dendezeiro, e outros objetos. Muitos alimentos cozidos, são oferecidos às divindades na base desta árvore.
Há somente um caso conhecido de ordenação para Irokó em Cuba. Modesta Morera, Alaraba. Foi ordenada para Irokó através de Yemojá (Yemojá oro Irokó) pelo falecido Cheo de Shangó, Shangó Larí, em Matanzas, na década de 1950. Desde então, não houve outra ordenação.


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

IFA / ORUNMILA







Ifa serve para várias funções na vida de um ser humano, mas sua função principal é fornecer os seres humanos com acesso directo a Olodumare, que está no comando de seus destinos. Adivinhação Ifa pode dar dicas sobre o que o destino pode ser, o que a alma, guardião, ancestral, é qual divindade deve-se adorar, o que sacrifícios são necessários para melhorar seu destino, e que medicamentos são necessários

 Orisa da adivinhação, responsável pelo oráculo Ifá, sistema muitas vezes confundido com o próprio orisa. Ifá, como sistema profético, possivelmente seja o mais completo e acurado sistema divinatório empregado na África Ocidental. A origem do sistema, de acordo com alguns sacerdotes, não é inteiramente ioruba. Nota que Orúnmilá é a única divindade ioruba não representada por pedras. Este elemento adiciona ênfase à possível origem de Ifá nas áreas desérticas..
Os sacerdotes de Orúnmilá são conhecidos por Babalawos — pais do segredo (ou dos mistérios). Sacerdotes e devotos deste orisa usam em seus pulsos esquerdos um bracelete feito de contas verdes e amarelas, verdes e maron, chamado “ide’fá”. O ide’fá possui poder para proteger seu portador contra a maldade e a morte inesperada. Muitos seguidores da religião usam este bracelete com o propósito de a morte não tomá-los da Terra para o Céu até que o destino decida que já é tempo para tanto.
Na Iorubalândia, bem como em Cuba, sacerdotes e devotos nunca tomam decisões importantes sem antes consultar os oráculos. Ainda não sendo o único oráculo, Ifá é um meio que guia a vida diária e o comportamento de muitos, proporcionando fé e esperança necessárias para tolerar e se resignar frente às muitas provas de resistência da vida.
Orúnmilá é personificado e representado pelo ikín — a noz do fruto do dendezeiro — sendo este um dos principais instrumentos utilizados na adivinhação de Ifá. O opón Ifá ou até, o tabuleiro oracular, também é uma ferramenta largamente empregada por Orúnmilá, jamais faz com que seus devotos entrem em transe, assim como tampouco possui qualidades.


ORISÁ DIVINDADES



As divindades ou deuses adorados na religião yoruba são chamados orisás. Todos os orishas são emanações diretas e representativas de Olodumare, que criou a Terra e a povou com eles para ajudar e supervisionar a humanidade. Os orishas servem de mediadores com o cosmos e são os maiores meios de comunicação com o Ser Supremo.

inglêsThe deities or gods worshiped in the Yoruba religion are called Oris. All the orishas are direct emanations and representing Olodumare, who created the earth and povou with them to help supervise and humanity. The orishas mediate with the cosmos and are the major means of communication with the Supreme Being.
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Cada divindade está relacionada com algum aspecto da natureza, bem como está encarregada de algum elemento da existência humana. Os orishas podem representar todas as virtudes e qualidades, são quase humanos em suas características e maneiras. São celestiais e terrenais a um só tempo. Alguns orisá são categorizados como serenos, calmos ou plácidos em seu caráter e relacionamento com a humanidade. Outros, tendem a ser muito humanos: esquentados, excêntricos, ou erráticos, às vezes gentis, racionais, cuidadosos e generosos em outras.
O número exato de orishas adorados pelos iorubas é difícil de calcular. Estima-se o número de 401, contudo, esta quantidade conduz à especulação. há séries de orisás que são reconhecidas e adoradas por todos os seguidores da religião ioruba, e há alguns orisá que são conhecidos e adorados somente em determinadas em cidades ou aldeias. No Novo Mundo, as divindades mais conhecidas mostraram-se capazes de conservar seus seguidores, ao passo que os orisá regionais que fizeram sentir sua presença numa escala menor, terminaram por se perder ou perderam os padrões de adoração empregados em seu culto.

Há duas categorias principais de orisás aqueles existentes desde tempo imemorial, que para a presente finalidade denominaremos “celestiais”, e aqueles orisás que foram pessoas efetivamente existentes ou heróis históricos divinizados, elevados ao status de orisás após suas mortes e que ora serão catalogados como orisàs

Os orishas possuem gostos e aversões. Cada um tem preferência por determinadas cores, utilizadas em seu culto e em seus atributos. Colares de contas (eleké) e demais paramentos que lhe estão relacionados, devem ser elaborados em conformidade a este código. Cada orisá também tem preferências com relação aos animais que lhe são sacrificados e alguns possuem tabus alimentares e comportamentais que os seguidores frisam em jamais violar por temor a incorrer em alguma ofensa à divindade. Cada orisá, também tem um número relacionado com seu culto, que serve para determinar a quantidade de ítens que comporão as oferendas propiciadas por seus devotos. Alguns requerem códigos particulares de vestimenta, moderação no falar, proibição do uso de linguagem vulgar em sua presença ou tabus a certos lugares, ao intercurso sexual ou à promiscuidade.

ODÙDUWÀ

                                                    Owá de Ijesa : Oba, não identificado


Este é o Ade principal do Óònì de Ifé, fotos acima, guardado em uma sala especial do Palácio Real de Ifé. O Are era originalmente somente a parte mais externa da coroa que dizem foi usada por Odùduwà, o Are é passada de um Óònì para o outro e nunca deve ser substituído, as outras partes podem ser escolhidas livremente por cada um. O Aré se tornou o próprio nome da coroa : Adé Aré.






Odùduwà

Odùduwà chegando ao Àiyé, cria tudo o que era necessário e delega poderes às divindades que o seguiram, conhecidos como os Àgbà*, para governarem a criação, e volta ao Òrún, e só retornaria quando tudo estivesse realmente concluído. Òrìsànlá, que tinha ficado no Òrún com seus seguidores, já tinha moldado corpos suficientes para povoar o inicio do mundo, vai então para o Àiyé, com seus seguidores, os Funfun, fato que ocorre antes da volta de Odùduwà para o Àiyé.


inglês Oduduwa coming to Aiyê creates all that was needed and delegating powers to the deities that followed, known as the * Agba, to govern the creation, and back to Orun, and only return when everything was really done. Òrìsànlá, who had been ORUN with his followers, had already cast enough bodies to populate the world began, then go to the Aiye, with his followers, the Funfun *; fact that occurs before the return of Oduduwa for Aiye....


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

SACRIFICIO-ASÉ A FORÇA SAGRADA




 






O conteúdo mais precioso do terreiro era o axé. É a força que assegura a existência dinâmica, que permite o acontecer e o devir. Sem axé a existência estaria paralisada, desprovida de toda a possibilidade de realização. É o principio que torna possível o processo vital.


O SIGNIFICADO DO SANGUE______Quando o homem não precisa mais de comer, beber, para sobre viver então eu deixarei de cortar para o Orixás, por que do meus jeito que precisamos da comida os nossos orixás precisa do axé...


SACRIFÍCIOS______ Sacrifício não é sinônimo de assassinato, relacionado que está a rituais sagrados, visando, no Candomblé, ampliar, acumular e distribuir a força vital e sagrada que é o axé. Boa parte das religiões utilizava sacrifícios em seus rituais, mas na maioria das vezes com um sentido expiatório, não se aplicando essa noção ao candomblé por um motivo aparentemente simples: no Candomblé não existe pecado, portanto não há o que expiar, Entre os cristãos, por exemplo, a extinção do sacrifício (em termos reais) justifica – se pela morte de Jesus Cristo, que teria morrido para salvar a humanidade no mais importante sacrifício que o mundo assistiu. Ocorre que Jesus morreu pelos cristãos, e não pelo Candomblé, e isso significa, na realidade, que os ritos processados em outra doutrina religiosa não fazem nenhum sentido para nós orixás; da mesma forma que os rituais de Candomblé à compreensão da Igreja Católica. Em outras palavras, o Candomblé só se explicar pelo Candomblé, não adiantando recorrer a Bíblia para explicar e muito menos condenar as práticas da religião dos Orixás. O sangue é de importância vital para os orixás, pois está ligado à concepção, à fertilidade, ao nascimento e as todas as etapas da vida. Sem sangue não há axé, ninguém nasce sem sangue. Quando deixar de haver sacrifícios, o Candomblé deixará de existir.

Não se derramam o sangue dos animais por maldade, por crueldade, muito menos para fazer mal a alguém. O sacrifício é a condição para que a vida continue, e não apenas no Candomblé. Todos os alimentam, seja de carne, seja de vegetal, e um boi pode ser comido em bifes, ou seja, em partes e depois de morto; uma alface, ao ser desconectada de sua raiz, também é morta. Por que não se pode atribuir um significado religioso a um ato essencial para a sobrevivência humana? Será mesmo que a condenação do Candomblé se deve aos sacrifícios? Não seria essa uma da sociedade camuflar preconceitos mais profundos?

O ritual macabro não está no Candomblé e sim nos matadouros crueldades e morrem com muito sofrimento. Imaginem um animal ainda vivo tendo a sua pele arrancada: isso é um exemplo do que ocorre nos matadouros. É por isso por isso que a carne que será consumida pelos iniciados deve ser sacrificada por meio de rituais específicos; a carne de um animal que morreu com sofrimento não faz bem a ninguém. Os judeus e mulçumanos, por exemplo, só comem carnes de animais abatidos de acordo com seus preceitos. Por que o Candomblé não pode fazer o mesmo?

É um absurdo acusar o Candomblé de fazer sacrifícios humanos, como têm feito certas igrejas. O candomblé não é uma religião hipócrita e assume o que faz. São sacrificados, sim, bois, bodes, galinhas, patos e muitos outros animais, que depois servem de alimento à comunidade, mas nunca seres humanos, pois o orixá vive no homem e através do homem.

Todo homem sacrifica, não necessariamente num sentido religioso, e mata para sobreviver. Que mal pode haver em oferecer aos deuses as partes que os homens não consomem?

Lembrem – se de que Jesus foi condenado à morte por pessoas que viriam a santifica – lo depois, fazendo o sinal-da-cruz, adorando a sua imagem ensangüentada. Pois que fique bem claro: não somos contra o homem Jesus, mas contra os homens que mataram Jesus, Nós não matamos nossos orixás, nós os amamos com todos os seus defeitos e qualidades.


Para o candomblé, tudo que a natureza produz é sangue, pois o que define o sangue é a força que detém, ou seja, o axé, e um sacrifício requer a utilização de vários tipos de sangue, vindos das mais variadas fontes da natureza, atribuindo vida e sentido ao orixá, aos homens e à própria existência.


SANGUE______O sangue divide – se em três categorias: o vermelho, o preto e o branco, os elementos detentores de axé são encontrados nos reinos animal, vegetal e mineral, configurando a parte, configurando a parte material, visível e palpável da força vital.


SANGUE VERMELHO____O sangue do reino animal é representado pelo fluxo menstrual, pelo sangue dos animais e pelo sangue humano, portanto, todas as pessoas são portadoras do axé. No reino vegetal, o azeite-de-dendê, o osun e o mel extraído das flores são os melhores exemplos. Os metais como o bronze e o cobre são portadores de sangue vermelho proveniente do reino mineral. O sangue vermelho esta mais diretamente ligado às coisas quentes, ao movimento e ao fogo, razão pela qual os orixás que exigem uma quantidade maior desses elementos dominam exatamente esses aspectos da natureza, como Exu, Xangô e Iansã.


sangue branco___a)__ do reino animal: sêmem, saliva, emí (hálito, sopro divino), plasma (em especial do igbin - espécie de caracol -), inan (velas)b)__ reino vegetal: favas (sementes), seiva, sumo, alcool, bebidas brancas extraídas das palmeiras, yiérosùn (pó claro, extraído do iròsún) ori (espécie de manteiga vegetal), vegetal, legumes, grãos, frutos, raízes... c)__ reino mineral: sais, giz, prata, chumbo, otás (pedras), areia, barro, terra...


SANGUE PRETO___ No reino animal, o sangue preto é encontrado principalmente nas cinzas dos animais sacrificados. Sendo a cor ver de variação da cor preta, assim como o azul, o sumo das folhas, o pó azul chamado waji e extraído das árvores, são exemplo de sangue preto do reino vegetal. Já no reino mineral, encontramos o carvão e o ferro. A esse elementos relacionam – se mais diretamente os orixás da Terra como Ogum, Oxosse, Ossaim e muitos outros. Isso não que dizer evidentemente, que deuses ligados a outros elementos não utilizem. Porém, da mesma forma que a cor vermelha é imediatamente associada ao fogo, o preto é associado à terra e o branco à água ao ar.

Cristãos, Católicos______ e Protestantes, são os que mais repudiam o nosso sacrifício animal. Eles deveriam estudar mais o seu Antigo Testamento, em específico o "Levítico", onde os sacrifícios, não só de animais, são relatados.


O Livro "The Lion Handbook to the Bible", Lion Publishing – England Herts – 1973 de autoria de David e Pat Alexander, relata que o Levítico é o código das leis dadas por Deus a seu povo através de Moisés no Sinai. As cerimônias e outros ritos e normas não eram um fim em si mesmas. A oferta do sacrifício dia após dia, ano após ano, a recordação anual do dia da expiação recordavam constantemente a Israel o pecado que o separava da presença de Deus.


Os israelitas infringiam a aliança com ele desobedecendo as suas leis e estavam condenados à morte. Mas Deus, na sua misericórdia, mostrou-lhes que haveria de aceitar um sucedâneo, a saber, a morte de um animal perfeito e inocente, em lugar da vida do pecador. Suas leis mostram que Deus age em harmonia com as leis naturais para o bem do povo, diz o livro.



Levítico 1-7 – Os Sacrifícios 1 - O Holocausto (capítulo 1 e 6,1-6) único sacrifício em que se queima o animal todo, um sinal de consagração. 2 - Oferta de cereais ou de farinhas (capítulo 2 e 6, 7-11) acompanhava muitas vezes o holocausto e o sacrifício de comunhão (item 1 acima). 3 - O sacrifício da comunhão (capítulo 3 e 7, 11-36) 4 - O sacrifício do pecado (4,1-5,13 e 6, 17-23) 5 – O sacrifício da reparação ( 5,14-26 e 7, 1-10) O Fiel trazia sua oferta (um animal sem defeito físico tirado da própria manada ou rebanho ou, no caso do povo pobre, rolas ou pombos) até o pátio diante do tabernáculo. Colocava a mão sobre ele para significar que o animal o representava e depois o imolava (sacrificava).

Se o sacrifício era público o Sacerdote era quem realizava essa operação. O Sacerdote tomava a bacia com o sangue e com ele espargia o altar, queimando a seguir algumas partes específicas do animal que continham determinadas porções de gordura. O que restava era consumido pelos Sacerdotes e suas famílias ou ainda pelo Sacerdote junto com os ofertantes.


Os sacrifícios exprimiam a gratidão do indivíduo pela bondade de Deus, ou eram simplesmente manifestações espontâneas de devoção e homenagem. O sacrifício pelo pecado e o sacrifício da reparação (Levítico 4-5, 26) referem-se às transgressões contra a lei de Deus ou situação em que foi cometida uma falta contra o próximo, porém ambos demonstram a exigência de enfrentar o pecado pelo uso do sangue. O Sacerdote como representante de Deus tinha a função de declarar se o fiel e sua oferta eram aceitos ou rejeitados por Deus. A prática do sacrifício animal remonta ao início das relações entre Deus e os homens (Gênesis 4,4) e no Novo Testamento explica a morte de Jesus (Hebreus 9,11). O Levítico 17,11 diz que o sacrifício é algo dado por Deus ao Homem. A pessoa que leva a oferta apodera-se da vida do sangue animal sacrificado e pode doá-la a Deus, injetando nova vida nas suas relações com Deus.


Este é um pequeno espaço histórico, para a dignificação da Religião dos Orixás, tão agredida pelas Doutrinas Cristãs, principalmente pelas Protestantes. Então, cabe-nos o direito de mostrar quão hipócritas são aqueles que nos agridem e nos repudiam com bases em seus Livros Sagrados, que mostram largamente a pratica de ritos idênticos aos nossos e com a mesma simbologia .


A Religião dos Orixá_____ é extremamente tradicionalista e não muda sua liturgia com fins hipócritas, somente para agradar a visão leiga dos fiéis na tentativa de obter fins lucrativos. O que era feito há 6000 anos é mantido até hoje por nós, mas não com uma conotação diabólica como desejam nos impor usando uma mídia já desgastada. Hoje o Homem é culto, busca informar-se e encontra a verdade relativa ao nosso mundo religioso.


O Orixá_____ nunca esteve envolto ao mundo da Magia Negra, ao baixo astral, ao Satanismo ou muito menos ligado a demônios somente porque realizamos em nossos ritos o sacrifício animal. Nós pregamos os ensinamentos dos Orixás que são puros em sua essência, não ficamos pregando mais os atos dos demônios do que a palavra de Deus tirada de livros sagrados de autoria duvidosa.

Nossa doutrina religiosa foi mantida pela boa vontade do Homem fiel a Deus, mantendo todos os nossos conhecimentos na memória e transmitindo-os pela oralidade. Não temos livros sagrados adaptados a cada momento da história em decorrência das necessidades das instituições religiosas.


***___Não expulsamos demônios em forma de "teatro" para enganar pobres coitados crédulos dizimistas que acreditam nas encenações de atores bem pagos para se contorcerem em público ou darem testemunhos suspeitos, sempre idênticos, sem provas. Não "amarramos" espíritos ruins em nome de Deus.

O que desejamos é somente poder expor que nossa Religião, a Religião dos Orixás, tem como objetivo ( RELIGAR) o Homem a Deus através da manutenção de ritos tradicionalistas; através de uma hierarquia rígida mantida entre os seguidores e Iniciados; através da exigência de uma conduta honrada e moral dentro das verdadeiras Ègbé (Sociedades). Desejamos mostrar com clareza que nossos verdadeiros Sacerdotes são homens sábios, estudiosos e perseverantes na sua religiosidade, tudo isso com base em uma filosofia mitológica milenar. Qualquer outra versão não tem sustentação real, tratando-se de invencionismo de muitos que pretendem impressionar ou lucrar em benefício próprio usando o nome dos ( Orixás Yorùbá ).


Se fazemos sacrifícios é porque somos autorizados por Deus, conforme também era praticado em Israel. Além do mais, a energia pura do Orixa, absorve a essência espiritual do animal a ele imolado e a eleva espiritualmente, evoluindo-o rapidamente, o que deveria levar milhões de anos para evoluir na escala espiritual, sem contar que, a carne do animal é consumida durante as festas, proporcionando a energia da satisfação alimentar, que o Orixá absorve e transforma em realizações das necessidades materiais dos ofertantes. O sacrifício é necessário, tanto para a evolução espiritual do animal, como para a alimentação dos participantes (comer animal vivo, sem sacrificá-lo é realmente impossível!)


o Islã___Não podemos esquecer que nas mesquitas, anualmente, até os nossos dias, é sacrificado um cordeiro para Alláh. Mas ninguém gosta de agredir o Islã. E sabem muito bem o porquê !


Èjè___ (sangue) é vida, todos nós aprendemos isso nos templos verdadeiramente consagrados aos Orixás. Tiradas as partes sagradas dos animais que são ofertadas às Divindades, o restante é consumido pelos ofertantes. Não há desperdício nos Ilé Orixá, em respeito à natureza, conforme nos determinam as Divindades. Os animais ofertados não podem sofrer para serem imolados, conforme nos determina o Orixá Ogun Olóòbe, o Senhor da Faca.


O ritual é cercado do máximo respeito seguido de procedimentos de abstinência, onde a pureza e a limpeza espiritual e orgânica dos presentes é exigida com rigor para que eles possam participar desse tipo de oferenda e só aos Iniciados devidamente preparados por anos cabe exercer o ato de imolar o animal. Isso não cabe a qualquer pessoa despreparada. Há uma liturgia a ser seguida a risca em detalhes, onde o epo pupa (azeite de dendê), iyò (o sal), oyin (o mel), omi (a água), otí (a aguardente), ataare (a pimenta) são rezados e encantados recebendo pela palavra propriedades mágicas, para poderem ser ofertados às Divindades como símbolos de doçura, progresso, prosperidade, fartura, fertilidade, alegrias e paz, afim de que essas bênçãos sejam retribuídas a todos em troca da oferta.


O ritual é cercado do máximo respeito seguido de procedimentos de abstinência, onde a pureza e a limpeza espiritual e orgânica dos presentes é exigida com rigor para que eles possam participar desse tipo de oferenda e só aos Iniciados devidamente preparados por anos cabe exercer o ato de imolar o animal. Isso não cabe a qualquer pessoa despreparada. Há uma liturgia a ser seguida a risca em detalhes, onde o epo pupa (azeite de dendê), iyò (o sal), oyin (o mel), omi (a água), otí (a aguardente), ataare (a pimenta) são rezados e encantados recebendo pela palavra propriedades mágicas, para poderem ser ofertados às Divindades como símbolos de doçura, progresso, prosperidade, fartura, fertilidade, alegrias e paz, afim de que essas bênçãos sejam retribuídas a todos em troca da oferta.










IGÌ ÒPÈ __DEMDEZEIRO


IGÌ ÒPÈ __DEMDEZEIRO é a árvore sagrada de Ifá, e é de seus frutos que se obtém os negros caroços que, depois de ritualisticamente consagrados, irão representar Orunmilá em seus assentamentos, além de servirem para as consultas ao oráculo de Ifá onde o próprio Orunmilá é contatado por seus sacerdotes, os babalaôs. Aos caroços assim consagrados dá-se o nome de “ikin”. Existe outras arvores mais nenhuma é tão importante quanto ele.


O dendezeiro é classificado científicamente como "Elaeis Guineensis", pertencente a familia das "palmáceas", este vegetal possui ainda duas variações que são a "communis" e a "idolatrica".

Segundo Verger, a variedade “communis” é conhecida pelos nagô pelos seguintes nomes:Opè pánkóró; ìpánkóró; Opè arùnfó; Opè érúwa; Opè alárùn; Opè eléran; Opè òrùwá, etc.



A variedade “idolátrica” é conhecida como: Opè, Opè Ifá, Opè olífà, Opè kin; Opè ikin; Opè yáaàyàla; Opè peku pe ye; Opè kannakánná e Opè téméré erékè adó.



Qualquer informação será de grande utilidade para todos nois pois é nossa obrigação conservarmos a palmeira sagrada.

PORQUE LAVAMOS AS PATAS DOBICHO(AKUKO)

PORQUE LAVAMOS AS PATAS DOBICHO(AKUKO)
Em tempos remotos, existiu num local próximo a cidade de Ówó, uma mata sagrada denominada de Elékute, com suas árvore gigantescas, arbustos e folhagens utilizadas para cerimônias e sacrifícios. Os sacerdotes utilizavam-na debaixo de máscaras e vestimentas especiais, exercendo seus costumes.Por ser sagrada, os mais velhos da cidade tomaram medidas especiais para preserva-la de uma destruição.Era costume os fazendeiros queimarem seus campos antes de plantar suas sementes.A preocupação de que isso poderia atingir. Elékute fez o conselho dos mais velhos dar a penalidade de morte a quem queimasse a mata sagrada.Entre os homens do conselho encontrava-se uma pessoa chamada Ákùko, palavra que, futuramente, viria significar galo. Era de uma família bem conhecida e muito respeitada por suas ações e generosidade com todos .Seus campos eram bem conservados, mesmo dividindo a responsabilidade de defesa da cidade.Certo dia, Àkuko estava andando por um caminho do outro lado da cidade, quando observou dois meninos pequenos chorando juntos.Àkùko perguntou o que havia acontecido.No início eles ficaram receosos de falar, mais , diante da insistência resolveram contar o que havia acontecido: Estávamos indo para Ówò, para fazenda de nossos pais, levando cinzas para que eles pudessem ter fogo.Der repente, um vento forte bateu em cima da gente, soprando cinzas para dentro da mata de Elékute,provocando uma queimada.Agora, nós seremos punidos.Àkùko ouviu atentamente e ficou preocupado:Eles não tinham intenção de queimar a mata sagrada, mas isso não seria levado em consideração porque a penalidade não isenta ninguém, nem mesmo crianças.E conclui: Será que estes meninos poderão suplicar sua inocência?Após ter penado muito, disse a eles, que voltassem à cidade, não contassem nada a ninguém. Pediu que lhe entregassem o que havia restado das cinzas em direção a fazenda de seus pais .E, seguida, Ákúko voltou para





cidade.A essa altura, a notícia de que a mata de Elékute havia sido queimada já tinha chegado aos ouvidos de todos .Àkùko foi até a casa do chefe da comunidade disse .Aconteceu uma coisa lamentável.Eu estava carregando as cinzas para os meus campos quando um vento forte soprou as faíscas para a mata de Elékute.Eu não tinha intenção de prejudicar a cidade.O chefe respondeu: Isto é um assunto muito sério.Convocou, então todos os conselheiros para uma reunião, relatando o ocorrido.Os conselheiros disseram.Deixem o próprio Akùko falar.Tomando a palavra, Àkùko declarou. Todo povo de Òwò conhece minha família. Nós nunca causamos qualquer dano à comunidade e ajudamos a todos que algum dia precisaram de nós. Eu estava saindo para os campos coma as cinzas, a quando um vento soprou de cima espalhando as cinzas.Eu sou o senhor dos ventos?Não claro que
não. O vento soprou as cinzas carrengando para mata, Eu já fiz alguma coisa contra o bem estar de Ówò?Vamos esquecer este acontecimento e continuar a nossa vida


Um dos mais velhos replicou. Calma, vamos devagar .Deixe-nos considerar melhor o assunto.Discutiram a situação e chegaram a conclusão de que havia sido um crime sério queimar as matas sagradas.Decretou-se então, que quem quer que fosse deveria morrer pela forca.Você,Àkùko, não estava na reunião quando foi decidido isto?.Agora você diz para esquecermos tudo?Você carregava as cinzas, mas era sua a responsabilidade de que nenhuma faísca escapasse. Quando concordamos sobre a penalidade, falou-se que a punição seria somente para a espécie de pessoa e não para outra?Alguns ponderaram a favor de Ákúko.Devemos considerar que ele tem sido generoso em nossa cidade.Muitos já receberam sementes de seu celeiro para plantar nos campos.Quem não tem bebido vinho de palma com Ákùko? Ele não tem distribuído donativos nos festivais?Quando o inimigo nos ataca ele não pega suas armas e nos defende? O que existe para falar dele são somente as faíscas que flutuam ao vento para a mata do Elékute. Propomos considerar esta questão com moderação. Diante desta exposição, tomaram uma decisão.Em consideração ao bom nome de Áku`ko, estabeleceram uma multa de 2.400 búzios que deveria ser paga ata o quinto dia da semana seguinte.Caso contrário, ele seria enforcado.Àkùko ficou confuso. Onde poderei obter tantos búzios, assim?Nem Oba teria condições de


pagar semelhante multa. Não tendo alternativa, saiu procura de parentes e amigos. Alguns lhe deram todo o dinheiro eu tinham, a outros pediu empréstimos.Houve aqueles que se recusaram achando que ele deveria ser enforcado.Diziam: Só porque você é de boa família, não quer dizer que não devo pagar pelo crime.No quinto dia do prazo,Àkùko foi até o chefe: Minha família me deu a riqueza que possuía.Meus amigos também , mas não o suficiente.O chefe respondeu: Neste caso, a sentença é a morte.Ao ouvi-la, o povo agarrou Àkúko amarrou-lhe os braços para trás e conduziram –no até o local da execução .Àkùko percebeu que o povo o queria morto e disse.Todos vocês esqueceram a generosidade de meu pai e de meu avô ? Elas responderam. Não implore por sua vida.Seja corajoso e enfrente a morte.E o diálogo se estabeleceu durante todo o trajeto.Eu vejo que vocês desejam a minha morte.Mas escutam o que tenho a dizer.Eu sempre quis coisas boas para Òwó e em troca estou recebendo isto de vocês .Se me executarem uma grande desgraça cairá sobre Òwò. Não haverá colheitas nos campos e a cidade não prosperará mais.As mulheres não terão mais filhos.Se eu morrer, vocês serão os primeiros a morrer na próxima luta contra os inimigos.Diante destas palavras , o povo respondia.Você está falando demais.Suas maldições não têm sentido.Enforquem-no.
O volume de pessoas acabou se tornando um grande cortejo, tendo a frente tocadora de atabaques, que cantavam canções que diziam.Enforquem Àkùko, dizia mais uma .Se eu morrer, o rio correrá para cima e
retornará ao lugar em que ele nasce,.O povo gargalhava, dizendo: Os rios nunca correm para cima.E para não mais ouvir Àkùko falar amarraram-lhe um pano na boca. O cortejo alcançou o rio, e ao atravessá-lo, fizeram-no pela parte mais rasa. Foi quando Àkùko parou por instantes e lavou suas mãos e seus pés.O povo admirou-se com a quilo, mas continuaram a arrasta-lo ata o local da execução.E , lá Àkùko, foi enforcado em uma árvore.O povo dizia; Bem, o assunto esta encerrado, e retornando para suas casas.Mas o caso não encerrou aí, pois a maldição d Ákùkò para a cidade continuava viva. Algum tempo mais tarde, os guerreiro de Òwò foram travar luta contra o inimigo.Oge, o chefe dos tocadores de atabaques, que tinham dito.Enforquem Akuko, foi o primeiro a morrer.Nos campos da cidade, as colheitas começaram diminuir .Os homens de Òwò tornaran-se impotentes, e a população foi diminuindo.A cidade que era próspera tornou-se seca e sem vida.As famílias ficaram pobres.e o mais incrível foi o rio Òwó passou a correr para cima conforma a maldição de Ákukó .Foram feitos sacrifícios e oferendas, implorando a inversão do curso do rio, mas seus pedidos não foram a tendidos.Com respeito a Àkùko, ele reencarnou como um galo.Mesmo hoje, após gerações muitas toma-se grande cuidado ao se lavar as partas do galo, antes de ele se abatido.Isso é feito em memória do enforcamento de Ákùko, que antes de atravessar o rio lavou suas pernas..



Conclusão.O oferecimento de um galo nos ritos de sacrifício se destina, de uma maneira geral, aos Òrisa, que indicam atividades de luta e ação. Èsù, Ògun e Sàngó costumam receber essas aves cujas tonalidades das panas procuram ser identificadas com as cores dos Orisa.Se for oferecido juntamente com um animal de quatro patas, galos e galinhas serão consideradas Íbòsè, ou sela eles calçarão ara quatro patas do animal.Bò-calçar, esè-pés..Texto José Beniste

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

PÓS YEROSUN, OSUN, WAJI, EFUN

A utilidade dos pós - Yerossum, osun ,waji, Efum.-Iyerosun- é um pó amarelado oriundo da arvore osun através da ação de cupins. Ele é espalhado sobre o Opon Ifá, onde o Babalawo faz a marcação dos Odu e, posteriormente, após ritual próprio pertinente aos Babalawos, esse iyerosun que foi encantando, poderá ter diversas aplicações.Costumeiramente é empregado em beberagens, banhos, sabão para banho, diversas fórmulas para proteção e sorte, podendo ainda, dependendo da situação, ser espalhado sobre oferendas aos Orisa ou Orunmila.Mas somente terá valor litúrgico se for preparado por um Babalawo.-Osun- pó vermelho extraído da arvore de mesmo nome, normalmente o compramos em pequenas bolas, ele é utilizado nos rituais iniciáticos para a maioria dos Orisa, principalmente para as Iyabas, porém é interdição para os Orisa funfun. Existem determinados ebos onde fazemos o uso do Osun, além de fazer parte do preparo de algumas magias para a sorte e saúde. Com a utilização do Osun busca-se a fertilidade e a prosperidade, o osun é associado ao ase de sangue vermelho dentro do reino vegetal.-Waji- Usado também nas pinturas dos rituais de iniciação aos Orisa, da mesma maneira que o Osun, ele é proibido para os Orisa funfun. Sua aplicação está relacionada à força espiritual, associado ao ase de sangue preto do reino vegetal. Também empregado em algumas fórmulas.-Efun- É um potente "giz" branco empregado nas pinturas iniciáticas de todos os Orisa, principalmente os Orisa funfun. É considerado muito sagrado, trás o equilíbrio, tranqüilidade, paz e paciência. Muito empregado no preparo de diversas fórmulas para varias finalidades. Faz parte do ase de sangue branco do reino mineral.

A IMPORTÂNCIA DO ÒSÙ (ADÒSÙ).



A IMPORTÂNCIA DO ÒSÙ (Adòsù). NA INICIAÇÃOO òsù é um amalgamado de substâncias secretas, algumas in-natura, outras secas, algumas torradas mas tudo isto reduzidos a pó, este conhecido como iye. Ele serve de veículo para transmitir o àse do Òrìsà a ser consagrado no futuro iniciado. O òsù será formado pelos elementos constituitivos e carrega não somente o àse mas a individualização de cada Òrìsà, sendo assim há uma expressiva diferença entre os òsù, cada qual leva suas substâncias distintas e específicas, ou seja, um diferente do outro. É a preparação mística de uma base apta a receber o Òrìsà Tutelar quando ele manifestar-se no iniciado. Para que possa veicular o àse pretendido, deve ser consagrado ritualísticamente em um odo (almofariz/pilão) devidamente preparado para este tipo de cerimônia. O almofariz, onde os remédios e elementos sagrados são triturados é considerado um objeto sagrado feito apenas com determinados tipos de madeira. Simboliza as duas forças fundamentais: o almofariz representa o pólo feminino , enquanto o pilão representa o pólo masculino. O que se obtem destes dois é o terceiro elemento "O elemento criado, o elemento procriado". O ritual para o preparo do òsù, onde são recitados a cerimônia do Mo Jùbà (invocação sagrada) e certos adúrà (rezas) são de competência única e exclusiva dos Babalòrìsà, Ìyálòrìsà , Ìyálàse e Òsùpin

Em determinado estágio da iniciação, a Ìyálàse trasfere esta massa do almofariz e a fixa em formato cônico, sobre o crânio raspado do noviço, mais especificamente em um pequeno corte ritualístico denominado de gb éré, por intermédio de um ciclo ritual que culmina quando esta profere algumas palavras, afim de consagrar o ò sù. Estas palavras são conhecidas como ofò. Uma vez sacralizado corretamente e por quem de direito, o òsù fortalece o àse do Òrì sà consagrado no iniciado e este passa ser chamado de Adòsù. O denominação A'd'òsù , resulta na forma contraída das palavras: A – dá – òsù, o que poderiamos interpretar como: "Aquele que carrega o òsù" ou "O Portador do òsù ".De suma importante lembrar, que a gramática Yoruba na prática de sua linguagem é comum usar o sinal diacrítico o "apóstrofo". Consiste em que, se numa mesma frase a palavra termina com uma vogal e a palavra seguinte começa com uma vogal, uma destas duas vogais sofre supressão, então duas ou mais palavras tornam-se apenas uma.

CABAÇA



A CABAÇA É UM FRUTO COM AMPLA UTILIDADE NO CANDOMBLÉ. É O FRUTO DA CABACEIRA ( cucurbita lagenaria ) E BÁSICAMENTE TEM O CORPO ARREDONDADOE UM PESCOÇO CURTO OU LONGO, PODENDO TOMAR OUTRAS FORMAS DANDO – LHE ASSIM CONDIÇÕES DE TER DIVERSAS UTILIZAÇÕES, DEPOIS DE EXTRAÍDA TORNA-SESECA E SÓLIDA.POR DENTRO POSSUI ALGUMAS SEMENTES. QUANDO CORTADA DEVE-SE RETIRAR A POLPA ,DEIXANDO SECAR , PARA SER USADA COMO UTENSÍLIO. INTEIRA É DENOMINADA CABAÇA; CORTADA, É CUIA OU COITÉ, E AS MAIORES SÃO DENOMINADAS COMBUCAS, NOS RITOS DE CANDOMBLÉNOS RITOS DE CANDOMBLÉ , TAMBÉM TEM NOMES DIFERENCIADOS PELA FORMA COMO É CORTADA. A CABAÇA INTEIRA É CHAMADA DE ÈKÈRÈGBÈ E A CORTADA EM FORMA DE CUIA TEM O NOME DE ÌGBÁ.CORTADA EM FORMA DE PRATO É O ÌGBÁJE, OU SEJA, RECIPIENTE PARA COMIDA, CORTADA ACIMA DO MEIO FORMA UMA VASILHA COM TAMPA CHAMADA DE ÌGBÁSE, OU SEJA CUIA DO ÀSE.


NOS RITOS É UTILIZADA COMOIGBÁ – LOCAL PARA POR OS APETRCHOS QUE IRÃO FORNAR O ASSENTAMENTO DOS ÒRÌSÀ. EMBORA HOJE ESTA PRÁTICA ESTEJA QUASE ESCAÇA, SENDO SUBSTITUÍDA PELOS ASSENTAMENTOS DE PORCELANA OU LOÇA .


ÌGBÁSEÉ __UTILIZADA PARA COLOCAR OS SÍMBOLOS DO PODER APÓS A OBRIGAÇÃO DE SETE ANOS DE UMA ÌYÀWÓ , COMO TEZOURA, NAVALHA, CONTAS, FOLHAS E ETC.


ÌGBÀ KÈKÈRÉ__CABAÇAS MINUSCULAS SÃO UTILIZADAS NO SÀSÀRÀ DE OMOLU, PARA DEPÓSITO DE SEUS REMÉDIOS E NO ÒGÒ DE ÈSÙ, UMA REPRESENTAÇÃO DO FALO MASCULINO, AS CABAÇAS REPRESENTAM OS TESTÍCULOS.


_CORTADA AO MEIOÉ __COLOCADA NA CABEÇA DE PESSOAS QIE AO SE INICIAREM NÃO PODEM SER RASPADAS POR SEREM ÀBÌKÚ PARA NELA SEREM FEITAS AS OBRIGAÇOES NECESSÁRIAS.


_COM CORTE AO COMPRIDOTORNA-SE UMA VASÍLIA COM CABO, CHAMADA DE CUIÁ DO ÌPÀDÉ, SERVE PARA RECOLHER O MATERIAL DE OFERECIMENTO OU PARA PARA COLHER AS ÁGUAS DO BANHO DE FOLHAS MACERADAS.INTEIRA SE REVESTIDA COM COM UMA REDE DE MALHA SERÁ O AGBÈ,INTRUMENTO MUSICAL UTILISADO PELOS OGANS DURANTE OS TOQUES E CÂNTICOS.


_CABAÇA INTEIRA COM O PESCOÇO CUMPRIDO –ASSIM FICA EM FORMA DE CHOCALHO QUANDO É AGITADA COM AS SUAS SEMENTES, FAZENDO ASSIM O SOM DO SÉRÉ, FORMA REDUZIDA DO SÈKÈRÈUNSTRUMENTO POR EXELÊNCIA DE SÀNGÓ.



_AS CABAÇAS INTEIRAS EM TAMANHOS GRANDESAS CABAÇAS INTEIRAS EM TAMANHOS GRANDES – SUBSTITUI NOS RÍTOS DE ÀSÈSÈ A CABEÇA DE QUEM MORREU E QUE POR ALGUNS FATORES NÃO PODE AS OBRIGAÇÕES NECESSÁRIAS DE RETIRAR O ÒSU.

CANDOMBLE




Em 1830, algumas mulheres negras originárias de Ketu, na Nigéria, e pertencentes a irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, reuniram-se para estabelecer uma forma de culto que preservasse as tradições africanas aqui, no Brasil.Segundo documentos históricos da época, esta reunião aconteceu na antiga Ladeira do Bercô; hoje, Rua Visconde de Itaparica, próximo a Igreja da Barroquinha na cidade de São Salvador - Estado da Bahia. Desta reunião, que era formada por várias mulheres, conforme relatei anteriormente, uma mulher ajudada por Baba-Asiká, um ilustre africano da época, se destacou: - Íyànàssó Kalá ou Oká, cujo o òrúnkó no orisá era Íyàmagbó-Olódùmarè.Mas, o motivo principal desta reunião era estabelecer um culto africanista no Brasil.

ìyá ìlú àiyé èmí, ou a mãe pátria terra da vida, como era chamada a África, pelos antigos africanos?Primeiro, tentaram fazer uma fusão de várias mitologias, dogmas e liturgias africanas. Este culto, no Brasil, teria que ser similar ao culto praticado na África, em que o principal quesito para se ingressar em seus mistérios seria a iniciação. Enquanto na África a iniciação é feita muitas vezes em plena floresta, no Brasil foi estabelecida uma mini-África, ou seja, a casa de culto teria todos os orisás africanos juntos. Ao contrário da África, onde cada orisá está ligado a uma aldeia, ou cidade por exemplo: Sangô em Oyó, Osun em Ijesá e Ijebu e assim por diante. A ORIGEM DO NOME CANDOMBLÉ Este culto da forma como é aqui praticado e chamado de Candomblé, não existe na África. O que existe lá é o que chamo de culto à orisá, ou seja, cada região africana cultua um orisá e só inicia elegun ou pessoa daquele orisá. Portanto, a palavra Candomblé foi uma forma de denominar as reuniões feitas pelos escravos, para cultuar seus deuses, porque também era comum chamar de Candomblé toda festa ou reunião de negros no Brasil. Por esse motivo, antigos Babalorisás e Iyalorisás evitavam chamar o "culto dos orisás" de Candomblé. Eles não queriam com isso serem confundidos com estas festas. Mas, com o passar do tempo a palavra Candomblé foi aceita e passou a definir um conjunto de cultos vindo de diversas regiões africanas. A palavra Candomblé possui 2 (dois) significados entre os pesquisadores: Candomblé seria uma modificação fonética de Candombé, um tipo de atabaque usado pelos negros de Angola; ou ainda, viria de Candombelé, que quer dizer ato de louvar, pedir por alguém ou por alguma coisa. NAÇÕES Como forma complementar de culto, a palavra Candomblé passou a definir o modelo de cada tribo ou região africana, conforme a seguir: Candomblé da Nação Ketu Candomblé da Nação Jeje Candomblé da Nação Angola Candomblé da Nação Congo Candomblé da Nação Muxicongo

A palavra Nação entra aí não para definir uma nação política, pois Nação Jeje não existia em termos políticos. O que é chamado de Nação Jeje é o Candomblé formado pelos povos vindos da região do Dahomé e formado pelos povos mahin. Os grupos que falavam a língua yorubá entre eles os de Oyó, Abeokuta, Ijesá, Ebá e Benin vieram constituir uma forma de culto denominada de Candomblé da Nação Ketu. Ketu era uma cidade igual as demais, mas no Brasil passou a designar o culto de Candomblé da Nação Ketu ou Alaketu. Esses yorubás, quando guerriaram com os povos Jejes e perderam a batalha, se tornaram escravos desses povos, sendo posteriormente vendidos ao Brasil. Quando os yorubás chegaram naquela região sofridos e maltratados, foram chamados pelos fons de ànagô, que quer dizer na língua fon piolhentos, sujos entre outras coisas. A palavra com o tempo se modificou e ficou nàgó e passou a ser aceita pelos povos yorubás no Brasil, para definir as suas origens e uma forma de culto. Na verdade, não existe nenhuma nação política denominada nàgó. No Brasil, a palavra nàgó passou a denominar os Candomblés também de Xambá da região norte, mais conhecido como Sangô do Nordeste. Os Candomblés da Bahia e do Rio de Janeiro passaram a ser chamados de Nação Ketu com raízes yorubás. Porém, existem variações de Nações, por exemplo, Candomblé da Nação Efan e Candomblé da Nação Ijesá. Efan é uma cidade da região de Ilesá próxima a Osobô e ao rio Osun. Ijesá não é uma nação política. Ijesá é o nome dado às pessoas que nascem ou vivem na região de Ilesá, que caracteriza a Nação Ijesá no Brasil é a posição que desfruta Osun como a rainha dessa nação. Da mesma forma como existe uma variação no Ketu, há também no Jeje, como por exemplo, Jeje Mahin. Mahin era uma tribo que existia próximo à cidade de Ketu. Os Candomblés da Nação Angola e Congo foram desenvolvidos no Brasil com a chegada desses africanos vindos de Angola e Congo. A partir de Maria Néném e depois os Candomblés de Mansu Bunduquemqué do falecido Bernardino Bate-folha e Bam Dan Guaíne muitas formas surgiram seguindo tradições de cidades como Casanje, Munjolo, Cabinda, Muxicongo e outras. Nesse estudo sobre Nações de Candomblé, poderia relatar sobre outras formas de Candomblé, como por exemplo, Nàgó-vodun que é uma fusão de costumes yorubás e Jeje, e o Alaketu de sua atual dirigente Olga de Alaketu. Alaketu não é uma nação específica, mas sim uma Nação yorubá com a origem na mesma região de Ketu, cuja sua história no Brasil soma-se mais de 350 (trezentos e cinquenta) anos ao tempo dos ancestrais da casa: Otampé, Ojaró e Odé Akobí. A verdade é que o culto nigeriano de orixá, chamado de Candomblé no Brasil, foi organizado por mulheres para mulheres. Antigamente, nas primeiras casas de Candomblé os homens não entravam na roda de dança para os orixás. Mesmo os que tornavam-se Babalorixás tinham uma conduta diferente quanto a roda de dança. Desta forma, a participação dos homens era puramente circunstancial. Daí ter-se que se inserir no culto vários cargos para homens, como por exemplo, os cargos de ogans.Hoje a palavra Candomblé no Brasil define no Brasil o que chamamos de Culto Afro-Brasileiro.